BRASIL
Fundador da Carta Capital, Mino Carta morre aos 91 anos em SP
Diretor de redação da revista faleceu no Hospital Sírio-Libanês

Por Redação

O jornalista e fundador da revista Carta Capital, Mino Carta morreu nesta terça-feira, 2, em São Paulo. Ele tinha 91 anos e estava internado no Hospital Sírio-Libanês.
Mino estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nas últimas duas semanas e lutava contra problemas de saúde "em idas-e-vindas do hospital", conforme registro nas redes sociais da revista.
A morte do jornalista foi confirmada nas primeiras horas da manhã desta terça-feira.
Nascido em Gênova, em uma família de jornalistas perseguidos pelo fascismo, Mino chegou ao Brasil após a Segunda Guerra. Aqui, descobriu por acaso sua vocação: começou a escrever ainda adolescente e nunca mais parou. Fez do ofício uma forma de interpretar o País, com olhar atento às contradições de poder e firme desconfiança das elites brasileiras.
Ele dirigiu revistas como Quatro Rodas, lançada em 1960, Veja (1968), Isto É (1976) e Carta Capital (1994). Também esteve à frente do Jornal da Tarde, criado em 1966.
Ao longo da carreira, enfrentou embates com a ditadura militar, especialmente quando a Veja publicou denúncias de tortura, o que resultou em censura e pressões.
Em entrevistas recentes, Mino demonstrava desencanto com a política brasileira e criticava os impactos da tecnologia sobre o jornalismo, afirmando que a imprensa estava “escravizada pelas novas mídias”.
Em 1956, depois de abandonar o curso de Direito no Largo São Francisco, Mino retornou com a família para a Itália, onde passou a trabalhar na Gazetta del Popolo, de Turim. Também atuou como correspondente dos brasileiros Diário de Notícias e Mundo Ilustrado.
Além da carreira editorial, Mino se dedicou à literatura, com romances como Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016), que misturam memórias pessoais e reflexões filosóficas.
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