SEGUNDO RELATÓRIO
Garimpeiros exigiam sexo com Yanomami em troca de comida
Entre as Yanomami, estavam adolescentes de até treze anos, que morreram após os abusos
Por Da Redação
Um relatório publicado nesta segunda-feira, 11, pela Hutukara Associação Yanomami (Hay), apontou que garimpeiros que exploram as terras próximas à Terra Indígena Yanomami, maior reserva do país com mais de 10 milhões de hectares distribuídos no Amazonas e Roraima, têm exigido sexo com indígenas da reserva como moeda de troca para dar alimentos.
Entre as Yanomami vítimas dos abusos, estavam adolescentes de até treze anos, que ficaram doentes e morreram após os atos de violência. Elas tinham até 13 anos de idade e haviam tido apenas a primeira menstruação, segundo relato de pesquisadora que conversou com indígenas da reserva.
Outras denúncias incluem os casos de um garimpeiro que drogou jovens indígenas e estuprou uma das crianças de uma comunidade e um "casamento" arranjado mediante uso de força entre uma adolescente Yanonami e um garimpeiro.
O vice-presidente da Hay, Dário Kopenawa, afirmou que a falta de fiscalização e proteção do governo permite o avanço de tais abusos.
“Esse documento mostra a realidade que estamos vivendo e suas consequências, de muita violência e vulnerabilidade. O meu povo está sofrendo. Pedimos o apoio da população para se unir ao nosso grito de socorro para a retirada imediata dos garimpeiros do nosso território”, disse ao G1.
De acordo com relatório da Hay, o garimpo ilegal na região avançou 46% em comparação a 2020, o que coloca em risco os mais de 28,1 mil indígenas que vivem em 371 aldeias.
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