SEM MONOPÓLIO
GOL e Azul encerram negociações
MPor destaca que setor aéreo brasileiro continua em crescimento

Por Jair Mendonça Jr

O grupo Abra, controlador indireto da Gol Linhas Aéreas anunciou, nesta quinta, 25, o fim do acordo de compartilhamento de voos (codeshare) com a Azul Linhas Aéreas, firmado em maio de 2024.
As companhias, no entanto, garantiram que todos os bilhetes já emitidos sob a parceria serão honrados.
As negociações, que começaram com um memorando de entendimento assinado em janeiro de 2025, foram interrompidas por uma série de fatores, especialmente o foco de ambas as empresas em suas reestruturações financeiras.
A Gol concluiu recentemente seu processo de reestruturação internacional (Chapter 11) e segue em expansão. A Azul também está em fase de reorganização.
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), por sua vez, declarou que a decisão reforça que o país continuará contando com três grandes companhias aéreas (Gol, Azul e Latam), o que garante competitividade e mais opções para os passageiros.
Setor segue crescendo
O MPor destaca também que o setor aéreo brasileiro continua em crescimento, com aumento na demanda por voos nacionais e internacionais, o que representa um número cada vez maior de passageiros voando pelo país.
A principal razão para o término das negociações, segundo o Grupo Abra (controlador indireto da GOL), foi a falta de progresso significativo nas conversas, principalmente porque a Azul estava concentrada em seu processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos.
A GOL, que passou por um processo similar e o concluiu em junho, também estava sob uma situação financeira delicada. Analistas do mercado consideravam a fusão um "mal necessário" diante das dívidas e dos desafios operacionais enfrentados por ambas as empresas.
Cenário
A fusão de GOL e Azul levantava sérias preocupações de concorrência. Juntas, as empresas dominariam grande parte do mercado aéreo doméstico brasileiro. De acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) referentes a agosto, a participação de mercado era a seguinte:
- LATAM: 41,1%
- GOL: 30,1%
- Azul: 28,4%
Se a união se concretizasse, a nova companhia deteria cerca de 58,5% do mercado, superando a LATAM e alterando drasticamente o cenário competitivo.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) já estava investigando o acordo de codeshare, o que indicava que uma fusão completa enfrentaria rigorosos desafios regulatórios.
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