Grito dos Excluídos em MG cobra apoio do governo Lula
Militantes de movimentos sociais, liderados pela Igreja Católica, participaram na manhã de hoje do 13º Grito dos Excluídos em Belo Horizonte. Como em todo País, o tema central da manifestação foi a campanha contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 1997. Com o lema "Isto não Vale! Queremos participação no destino da Nação", os manifestantes recolheram assinaturas pela reestatização da mineradora e urnas foram disponibilizadas para a consulta popular.
Líderes do movimento cobraram apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à campanha. Para o representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Minas, Frei Gilvander, o presidente já demonstrou que é contra a reestatização da Vale. "É triste, porque é uma posição sob encomenda, para agradar a ideologia do mercado", disse. "O Lula tem que parar de trair os pobres".
Para o secretário de imprensa da Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG), Shakespeare Martins, o plebiscito teria muito mais força se tivesse apoio do governo. "Teria de ser de cima para baixo. A gente sabe que não vai acontecer isso, mas é importante mostrar que não somos favoráveis a mais nenhuma privatização no País".
Embora o PT tenha dado apoio institucional ao plebiscito para anular a venda da Vale durante o seu 3º Congresso Nacional, representantes do partido praticamente ignoraram o Grito dos Excluídos na capital mineira. Entre os manifestantes, predominavam as bandeiras vermelhas do PSTU e da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas).
Cerca de duas mil pessoas, segundo a Arquidiocese de Belo Horizonte, participaram do protesto. A Polícia Militar calculou que mil militantes foram às ruas. Os manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, na região centro-sul, por volta das 8h. Após a concentração, caminharam até a Praça da Liberdade, no centro da capital.