CASO NOAH
Médico julgado por morte de menino diz que se sente "injustiçado"
Luciano Barboza le viajou para assistir a um jogo da Seleção Brasileira quando deveria estar de plantão
Por Da Redação
O médico Luciano Barboza Sampaio, acusado de homicídio qualificado pela morte do menino Noah Palermo, em São Carlos (SP), afirmou durante depoimento no Tribunal do Júri que se sente injustiçado no processo e que 'nada ia mudar' se tivesse voltado para a Santa Casa. O garoto morreu após ter complicações no dia seguinte a uma operação para retirada do apêndice, em 2014.
A acusação sustenta que ele assumiu o risco da morte da criança e deixou de prestar atendimento, após viajar para ver um jogo da seleção brasileira.
O pai de Noah, Marcos Palermo, disse em depoimento que o médico trocou o filho dele por um jogo de futebol. Leia a reportagem.
Depoimento de médico
Luciano foi o último a prestar depoimento e falou sobre como foi passar os anos sendo "atacado, humilhado e xingado".
"Fui para o jogo sim. Mas se tivesse algo diferente, que apontasse gravidade, não teria ido. A viagem foi um fator menos preponderante nesse caso. Nada ia mudar [se tivesse voltado para o hospital]. Se eu estivesse na cidade e fazendo uma cirurgia, teria que acionar o outro colega [pra ir ver o Noah]", afirmou.
Luciano também falou que espera que os pais de Noah consigam encontrar a paz que precisam. "Em momento algum senti raiva ou rancor deles. Eu também sou pai", relatou.
Questionado pelo promotor se ele se sente injustiçado pelo processo, o médico afirmou que "sim".
Noah estava com fortes dores abdominais. Ao ser consultado por telefone, o médico disse que as dores eram normais e receitou remédio para gases. Esse era o dia 6 de junho de 2014, quando Luciano deveria estar de plantão à distância. A defesa do réu alega que o Conselho de Medicina não estabelece a distância para o plantão remoto.
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