Busca interna do iBahia
HOME > BRASIL
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

BRASIL

Mesmo após obra, Praça Princesa Isabel reúne usuários de drogas

Gilberto Amendola | Estadão Conteúdo

Por Gilberto Amendola | Estadão Conteúdo

13/08/2019 - 7:45 h | Atualizada em 19/11/2021 - 10:06

Quando o semáforo fecha, a ação é automática e quase sem nenhuma reflexão. Depois das 18 horas, ao passar pela Avenida Duque de Caxias, no centro paulistano, centenas de motoristas levantam o vidro dos carros como que para se protegerem dos "perigos" de um local reconhecido pela frequência de pedintes e usuários de drogas.

Mas quem olhar de dentro do carro, na segurança do vidro fechado, em direção à Praça Princesa Isabel, vai reparar que uma série de barracas de lona foi montada por lá. Nas tardes ou noites mais frias, também é possível avistar uma ou duas fogueiras. A praça virou uma espécie de purgatório - lugar de passagem entre a recaída e a salvação.

Tudo sobre Brasil em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

Os acampados da Praça Princesa Isabel estão vivendo esse dilema. São, na maioria, pessoas que tentam fugir do "fluxo" pesado da Cracolândia, mas ainda não conseguiram dar os passos seguintes - que é o de sair das ruas e procurar ajuda para abandonar o vício.

A praça passou por uma revitalização em maio de 2018. As obras, feitas por uma empresa privada, duraram cerca de três meses, ao custo de R$ 2 milhões. Os equipamentos e a quadra poliesportiva instaladas no local continuam em bom estado - embora exista muita sujeira espalhada pela praça.

No dia em que o jornal O Estado de S. Paulo esteve lá, foi possível identificar pequenos núcleos familiares (principalmente mãe e filhos pequenos). Também dividiam barracas pessoas com algum laço de amizade. Em conversas rápidas, uma história sempre parecida. "Aqui fico mais seguro e um pouco mais longe das tentações", falou um homem que disse se chamar Carlos e se declarou ex-usuário de crack.

Além de usuários que tentam se distanciar da Cracolândia, é possível encontrar usuários que ficam na praça porque estão envolvidos em alguma "treta" (briga no fluxo). Comerciantes do entorno, relatam brigas entre os acampados e pequenos furtos.

O consumo de álcool também é indisfarçável no local. A praça tem uma base fixa e outra móvel da Polícia Militar - mas os policiais não atuam para remover os acampados. A ação policial ocorre só quando há algum conflito ou denúncia.

Alguns moradores da região evitaram a área depois que as barracas voltaram a ser montadas. "A gente se sente insegura. A praça tinha ficado tão arrumadinha, mas a paz durou pouco", conta Helena Duarte, de 61 anos.

Durante todo dia, assistentes sociais ligados a ONGs, igrejas e à Prefeitura (ao Programa Redenção) tentam abordar os acampados. Na abordagem, há uma tentativa de aproximação para encaminhá-los para o Serviço Integrado de Acolhimento Terapêutico ou ao menos levá-los para um abrigo (para pernoite). A frase mais ouvida na praça é "não, obrigado". Ao serem questionados sobre o motivo de preferirem à praça no lugar de um abrigo ou a possibilidade de um tratamento a resposta é quase sempre: "essa é a minha vida, meus amigos estão aqui".

Desafio

Coordenador de Saúde do Redenção, Arthur Guerra disse que nesta fase do programa as abordagens estão sendo intensificadas (assim como a oferta de acolhida). "Já realizamos mais de 10.600 internações voluntárias. Mas, repito: são voluntárias. É uma situação muito difícil, com pessoas com fortes indícios de doenças mentais, depressão, esquizofrenia, sem trabalho, cuidados físicos ou autoestima."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Vídeo: homem acende cigarro e quase provoca incêndio em posto

Play

Pacto do Trabalho no Carnaval pode se tornar padrão em festas pelo Brasil, diz ministro

Play

Vídeo: mulher é flagrada agredindo a mãe com socos e puxões de cabelo

Play

Polícia identifica “intercâmbio” de membro do CV na Ucrânia para treinamento de guerra

x