COLAPSO
Mina da Braskem em Maceió se rompe sob lagoa, diz Defesa Civil
Solo de região em Maceió afundou 12,5 cm nas últimas 24 horas
Por Da Redação
Parte da mina da Braskem sofreu um rompimento na tarde deste domingo, 10, sob a um trecho da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió (AL). O rompimento foi confirmado pela Defesa Civil da capital alagoana. A mina e todo o seu entorno estão desocupados desde o primeiro aviso de risco de colapso na região.
Por meio das redes sociais, a prefeitura anunciou o rompimento e postou um vídeo em que se perceb o impacto na região. "A Defesa Civil de Maceió informa que às 13h15 deste domingo, a mina 18 sofreu um rompimento, que pôde ser percebido num trecho da Lagoa Mundáu, bairro do Mutange. No momento, técnicos da Defesa Civil estão monitorando o local em busca de mais informações. A mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas".
A Defesa Civil informou também que o solo na área da mina da Braskem no bairro do Mutange afundou 12,5 cm nas últimas 24 horas. A queda acumulada é de 2,35 metros. Nas 24 horas anteriores, o solo afundou 13 cm, de acordo com boletim.
A Defesa Civil ainda pede que a população não transite na área desocupada até nova atualização do órgão. Enquanto isso, medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.
Há décadas a exploração da Braskem do solo na capital de Alagoas deixou o terreno instável. Pesquisadores alertam sobre o risco de desabamento desde 2010. A empresa encerrou a extração em 2019 e começou a fechar as minas. No entanto, ainda há minas que não foram preenchidas.
A Braskem tem a chamada mina 18, no bairro de Mutange, localizado no município de Alagoas. O objetivo da empresa é extrair o sal-gema, minério utilizado como matéria-prima na fabricação de soda cáustica e PVC. A situação também afeta outros bairros como Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol. No entanto, a profundidade de perfuração feita é muito extensa, pois esse minério fica em uma parte muito profunda da cavidade do solo.
Por causa da ação, a mineradora cortou a disponibilidade do fornecimento de água e energia na cidade, devido aos riscos que a intervenção pode causar. Por causa disso, a Braskem indenizou e realocou os moradores de bairros de classe média, mas direcionou os moradores de comunidades periféricas e vulnerabilizadas para escolas da cidade. No entanto, a maioria dos moradores de Mutange se recusaram a sair do local e organizaram um protesto, paralisando até o trem que passa pela cidade.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes