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Minas lidera uso da água para irrigação no País

Publicado quinta-feira, 05 de março de 2015 às 12:32 h | Atualizado em 19/11/2021, 06:40 | Autor: José Maria Tomazela | Estadão Conteúdo

Estado que abriga as nascentes dos rios formadores do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de grande parte da Região Metropolitana de São Paulo, Minas Gerais tem a maior área irrigada com pivôs centrais no Brasil, aponta estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Produtores mineiros têm 5,5 mil pivôs instalados numa área de 336,4 mil hectares, segundo o estudo divulgado na quarta-feira, 5.

Goiás, com 2,8 mil equipamentos em 210,7 mil hectares, e Bahia, com 2,7 mil pivôs em 192,2 mil hectares vêm a seguir. O Estado de São Paulo, um dos mais afetados pela crise hídrica em 2014, aparece em quarto lugar com 3,5 mil pivôs irrigando uma área de 168,6 mil hectares. De acordo com a ANA, a irrigação é a atividade responsável por 72% do consumo de água no Brasil. O levantamento, com dados de 2013, identificou 18 mil pivôs centrais - a forma de irrigação mais usada no país - irrigando uma área de 1,18 milhão de hectares. A área é 32% maior que identificada pelo Censo Agropecuário de 2006.

Ainda conforme o estudo, as maiores concentrações de pivôs estão nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Paranaíba, Grande e Paranapanema, que ficam em áreas densamente povoadas e com alto índice de industrialização, o que resulta num maior consumo de água. Considerando regiões hidrográficas, a do Paraná concentra quase 530 mil hectares e nela estão as bacias do Paranaíba, Grande e Paranapanema, enquanto a do São Francisco irriga 350 mil hectares.

Segundo a ANA, o estudo foi realizado levando em conta a crescente expansão da agricultura irrigada no Brasil, os conflitos pelo uso da água e a necessidade de ordenamento da atividade em bases econômicas e ambientais sustentáveis. Até o final deste ano, serão levantados os dados referentes a 2014. Com o levantamento, que usou imagens de satélites, será possível aperfeiçoar as estimativas de demandas da água e elaborar novos planos de uso dos recursos hídricos. Os dados também podem ser cruzados com cadastros e outorgas, apontando o nível de regularização e fiscalização do uso das águas nas bacias.

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