MP pede que TCU investigue viagem de Mario Frias a Nova York

O Ministério Público Federal solicitou nesta sexta-feira, 11, que o Tribunal de Contas da União apure os gastos da viagem do secretário especial de Cultura, Mário Frias, a Nova York. Frias viajou para o Estados Unidos em dezembro do ano passado com o custo de R$ 39 mil para discutir uma produção audiovisual com o lutador de jiu-jitsu brasileiro Renzo Gracie.

O subprocurador Lucas Rocha Furtado classificou como “extravagante” a viagem do secretário e defendeu que o caso afronta “o princípio da moralidade administrativa”. Na representação, ele pediu que o TCU investigue se Mário Frias “possui razões legítimas” de interesse público ou se teve como finalidade apenas “interesses privados”.

“A situação aqui narrada constitui, a toda evidência, desrespeito ao zelo, parcimônia, eficiência e economicidade que sempre devem orientar os gastos públicos e impõe, sem dúvida, a intervenção dessa Corte de Contas. A verdadeira extravagância ora denunciada resulta, sobretudo, em afronta ao princípio da moralidade administrativa, previsto expressamente no caput do artigo 37 da Constituição. Não há espaço, portanto, para se falar em discricionariedade administrativa, em casos tais”, escreveu o procurador.

O Portal da Transparência aponta que Mário Frias viajou na companhia de seu adjunto, Hélio Ferraz. No portal, a ida ao EUA foi classificada como “urgente”.

Por causa da viagem, Frias ainda conseguiu que o governo devolvesse a ele R$ 1.849 pela "realização de teste molecular diagnóstico para Sars-Cov-2", o PCR, conforme detalhamento que consta no Portal da Transparência

O lutador Renzo Gracie tem uma escola de jiu-jítsu em Nova York onde já treinaram celebridades como o ator Keanu Reeves e o cineasta Guy Ritchie, ex-marido de Madonna.

Gracie foi biografado pelo ex-secretário federal da Cultura, Roberto Alvim, demitido por fazer um vídeo em que faz apologia do nazismo.