SÃO PAULO
Mulher mata companheiro a facadas e é jurada de morte pelo PCC
Ela foi procurada por integrantes da facção para ser submetida a um "tribunal do crime"
Por Da Redação
Uma mulher de 39 anos matou o companheiro com uma facada no peito em Guarulhos (SP) para, segundo ela, se defender de uma agressão. A auxiliar de limpeza Elisabete Maria Santiago da Silva foi solta no dia seguinte, por determinação da Justiça, para responder ao caso em liberdade.
O crime aconteceu no dia 18 de novembro. Ao Metropoles, Elisabete afirmou que, no mesmo dia em que foi liberada da carceragem do 1º DP da cidade, foi para a residência de uma parente, na periferia de Guarulhos. Ela teria, então, sido procurada por integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), que queriam submetê-la a um “tribunal do crime”.
“Me falaram que a minha cunhada que chamou eles, falando que eu tinha matado meu companheiro dormindo, com duas facadas no peito, mas isso é mentira”, afirmou a auxiliar.
Elisabete contou que só não foi arrebatada pelos criminosos porque estava fora da área de ação deles. “Eu estava no território de outro ‘disciplina’ [responsável pelo cumprimento das regras do PCC], fora do meu bairro. Eles não podiam me colocar no carro sem a autorização dele. Aproveitei para sair dali, porque não queria e não quero ser morta por uma mentira que minha cunhada inventou.”
Desde então, a auxiliar está escondida para preservar a própria vida. Ela revelou que os criminosos já afirmaram que pretendem matá-la, porque eles “compraram” a versão da cunhada dela.
Legítima defesa
Elisabete havia retomado o relacionamento com Stefano de Oliveira Umbuzeiro, 36 anos, no início deste ano e, nos últimos dois meses, ela afirmou que ele estava com um “ciúme doentio” — o que já teria provocado o término do relacionamento de ambos em outra ocasião.
Na noite que antecedeu o homicídio, ele ficou ligando insistentemente para a auxiliar, quando ela estava no trabalho, na zona sul da capital paulista. Quando ela chegou em casa, no bairro dos Pimentas, já em Guarulhos, notou que ele estava supostamente sob o efeito de álcool e drogas. No dia 18, dia do crime, por volta das 15h, Stefano ainda aparentava estar alterado, afirmou a auxiliar.
“Quando me sentei na cama [tarde do dia 18], ele veio para cima de mim, cuspiu na minha cara. Perguntei por que ele estava fazendo aquilo. Aí comentei que seria melhor a gente se separar, antes que desse alguma merda.”
A auxiliar telefonou para a dona da casa em seguida, para avisar sobre a situação, porque ou ela ou Stefano iriam assumir a locação do imóvel. “Aí ele se sentou na cama e me xingou, disse que eu era um demônio na vida dele, que quando eu saísse de casa para ir trabalhar que eu levasse o meu demônio junto comigo.”
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