LEVANTAMENTO
Negros são os mais abordados pela polícia em qualquer situação
O estudo foi realizado no estado do RJ, onde pretos e pardos representam 48% da população
Por Da Redação
Negros são o grupo mais abordado por policiais na cidade Rio de Janeiro e também os que mais sofrem abusos ou constrangimentos em qualquer tipo de situação, aponta relatório "Elemento Suspeito", lançado nesta terça, 15, pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Cândido Mendes.
Pretos e pardos representam 48% da população carioca, mas são 63% das pessoas que dizem já terem sido paradas para revista.
A pesquisa afirma que, além da cor, o gênero, o local de moradia, a renda e a idade também têm grande influência nas abordagens policiais: 75% dos alvos são homens, 66% vivem em bairros periféricos ou em favelas, 60% ganham até três salários mínimos e 48% têm até 40 anos.
Mostra ainda que quase um quinto dessas pessoas (17%) já foi abordado mais de dez vezes na vida, percentual que dobrou nessas quase duas décadas. O perfil dos "superabordados", ou popularmente chamados de "freios de camburão" e "mestres do enquadro", é ainda mais acentuado.
Para o levantamento, o Instituto Datafolha falou com 3.500 pessoas em "pontos de fluxo" da capital nos dias 4 a 6 de maio de 2021, das quais 39% afirmaram já terem sido abordadas por agentes. Entre essas, foi escolhida uma amostra de 739 entrevistados, representativa do município.
Procurada para comentar os resultados, a Polícia Militar fluminense, responsável pela grande maioria dessas ações, respondeu que "não há qualquer viés racial na sua atuação e sua missão de combater criminosos armados" e que segue protocolos rígidos de atuação.
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