DADOS
Número de pessoas em situação de rua no Brasil aumenta 100%
Entres os fatores que levaram pessoas para a situação estão problemas de saúde
Por Da Redação
Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que o percentual de pessoas em situação de rua aumentou em 100%. Os problemas que levaram as pessoas para a situação são diversificados. Entre eles, está a perda de moradia, problemas de saúde.
De acordo com a pesquisa feita pelo instituto, problemas familiares e desemprego são os motivos mais apontados por pessoas em situação de rua. A exclusão econômica, a perda de moradia e a distância do local de trabalho, são fatores citados por 54% das pessoas. Problemas de saúde, em especial os que estão relacionados com a saúde mental, foram apontados por 32,5% dos participantes. A fragilização ou ruptura de vínculos familiares é citada por 47,3% e lidera a estatística que leva em consideração os motivos individuais.
Levando em consideração somente motivos individuais, além da liderança dos problemas familiares e companheiros (47,3%), outros motivos são o desemprego (40,5%), alcoolismo e outras drogas (30,4%), perda de moradia (26,1%), ameaça e violência (4,8%), distância do local de trabalho (4,2%), tratamento de saúde (3,1%), preferência ou opção própria (2,9%) e outros (11,2%).
Vale salientar que as causas podem ser organizadas em três dimensões: a exclusão econômica, envolvendo a insegurança alimentar, o desemprego e déficit habitacional nos grandes centros; a fragilização ou ruptura de vínculos sociais, principalmente vínculos familiares nos grandes centros; a fragilização ou ruptura de vínculos sociais, principalmente familiares e comunitários. Além de problemas de saúde, que não estão apenas relacionados à saúde mental.
Metade dos que alegam motivações relacionadas à saúde também apontam razões familiares para a situação de rua e 44% deles acrescentam motivações econômicas. Entre os que falam em problemas familiares, 42% ainda mencionam situação econômica e 34% relatam motivos de saúde. No total, 33,7% da população em situação de rua está nesta condição pelo período de até 6 meses, 14,2% entre seis meses e um ano, 13% entre um e dois anos, 16,6% entre dois e cinco anos, 10,8% entre cinco e 10 anos e 11,7% há mais de 10 anos.
O estudo dos dados realizado mostra que 70% da população em situação de rua mora no mesmo estado em que nasceu. Além disso, embora as mulheres sejam somente 11,6% da população adulta em situação de rua, representam 35% das responsáveis familiares entre a parcela que vive com as famílias nessa circunstância.
Mesmo entre os inscritos no Cadastro Único, 24% não possuem certidão de nascimento. Entre os adultos, 29% não têm título de eleitor e 24% não possuem carteira de trabalho. Apenas 58% das crianças e adolescentes de 7 a 15 anos em situação de rua frequentam a escola. Pelo menos, 90% da população em situação de rua realiza alguma atividade para conseguir dinheiro, mas apenas 1% tem um emprego de carteira assinada.
A maioria da população em situação de rua (68%) se declara negra. Os autodeclarados brancos são 31,1%. O número médio de anos de escolaridade entre os negros em situação de rua, de (6,7 anos), é menor que entre os brancos, (7,4 anos).
Sobre a circulação no território urbano, o Formulário PopRua informa onde a pessoa em situação de rua costuma dormir e com que frequência semanal. Os que costumam dormir na rua com alguma frequência são 58%. Um terço costuma dormir em albergues com alguma frequência. Pouco mais de 3% costumam dormir em domicílios particulares, e 12% costumam dormir em outros espaços que não se enquadram entre os anteriores.
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