Para 56%, reforma trabalhista trouxe mais benefícios a empresários | A TARDE
Atarde > Brasil

Para 56%, reforma trabalhista trouxe mais benefícios a empresários

Pesquisa Datafolha foi feita com 2.026 entrevistados em 126 munícipios do Brasil

Publicado sábado, 24 de dezembro de 2022 às 11:54 h | Atualizado em 24/12/2022, 12:45 | Autor: Da Redação
Em 2017, 21% avaliavam que empresários e trabalhadores seriam beneficiados de forma igualitária
Em 2017, 21% avaliavam que empresários e trabalhadores seriam beneficiados de forma igualitária -

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, nos dias 19 e 20 dezembro, mostra que 56% dos brasileiros acreditam que a reforma trabalhista de 2017 trouxe mais benefícios para os empresários do que para os trabalhadores.

Contudo, a expectativa é menor do que a apresentada antes da mudança legislativa. Um levantamento feito em abril de 2017 mostrou que 64% tinham a expectativa de que a reforma beneficiaria mais os empregados. Com cinco anos de promulgação a reforma trabalhista agora está na mira do novo governo Lula.

Em 2017, 21% avaliavam que empresários e trabalhadores seriam beneficiados de forma igualitária. Agora, essa opinião é compartilhada por 27% dos entrevistados.

O percentual dos que avaliam que a reforma traz mais benefícios para os trabalhadores do que para os empresários está em 6% atualmente.

Postura contrária à reforma supera 50% em praticamente todos os recortes socioeconômicos na pesquisa recente. As exceções são os grupos de renda acima de dez salários mínimos (37%), moradores da região Sul (43%) e os próprios empresários (27%).

A avaliação de que a mudança beneficia empresários e trabalhadores na mesma medida é maior entre homens (32%) do que mulheres (23%), entre brancos (30%) e pardos (29%) do que entre pretos (22%), e cresce de acordo com a renda, saindo de 23% para quem ganha até dois salários mínimos e chegando a 46% na faixa acima de dez salários mínimos. Os percentuais mais altos estão entre empresários (58%), assalariados registrados (32%) e autônomos (30%).

Na pesquisa, foram realizadas 2.026 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 126 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Carteira assinada

A pesquisa mostra que 77% dos brasileiros, mesmo que com remuneração menor, preferem ter carteira assinada, com direitos trabalhistas garantidos. Já outros 21% escolhem trabalhar sem carteira assinada, sem direitos trabalhistas garantidos, se o salário for maior.

A preferência por salário maior do que direitos trabalhistas e registro tem mais apoio no grupo de autônomos, profissionais liberais e freelancers (37%), entre empresários (28%) e assalariados sem registro (20%).

Desemprego

Segundo o levantamento, 11% dos entrevistados estão desempregados (9% procuram trabalho e outros 2% deixaram de procurar). Entre os que estão em busca de emprego, 65% são mulheres e 35%, homens. São 43% sem emprego há mais de dois anos e 31% há até seis meses.

Entre os assalariados sem carteira, autônomos e outros ocupados sem registro, 64% já trabalhavam com carteira assinada. Entre essas pessoas que já tiveram registro, mas trabalham atualmente sem carteira assinada, 70% estão nessa situação há mais de dois anos e 19% há menos de um ano. 61% dos brasileiros que trabalham por conta própria gostariam de ter a carteira assinada.

Publicações relacionadas