VIRAL
Pastor de 'igreja de rico' diz que memes são 'preconceito religioso'
Reino Church viralizou nas redes sociais
Por Gabriel Moura
Decoração moderna e minimalista, soda italiana oferecida gratuitamente na entrada e termos bilingues como 'we are the Reino'. Uma igreja evangélica de Balneário Camboriú (SC) viralizou recentemente nas redes sociais, virando meme por uma estética criticada pelos internautas.
A Reino Church foi citada como igreja 'de rico' ou 'de Supla' por internautas, que criticaram uma suposta "startupização" da fé. "Era só ter ficado de boa, Lutero", clamou um internauta, citando o idealizador do protestantismo.
Era só ter ficado de boa Lutero pic.twitter.com/YGhJL1viu5
— Zorak (@zorakbr) May 27, 2024
Em entrevista ao Uol, Eduardo Reis, fundador e pastor da Reino, rebateu os jovens do X, antigo Twitter, afirmando que a igreja não é apenas minimalismo e design moderno, mas uma "cultura de excelência, para a glória de Deus", usando da melhor maneira o que se tem à disposição.
"Café e soda italiana se tornaram alvos para crítica de pessoas que não conhecem, mas elas não mostraram o quadro completo. As cadeiras são confortáveis. O ar condicionado é bom. Os banheiros são limpos, sempre tem papel, tem o melhor sabão que podemos dar. Tratar as pessoas bem e usar os recursos da Igreja para isso, em uma cultura de excelência, só é matéria de deboche quando o que impera coletivamente na bolha do escárnio é uma predisposição para o preconceito religioso", disse o pastor.
"Se não estivéssemos crescendo, ninguém falaria nada. Até acho que dizer que a gente é cringe, tudo bem. Mas debochar de nossa expressão de fé como meio de engajamento só revela como quem o faz é oportunista e se aproveita de um mundo cada vez mais doente, que precisa rir do que acha estranho. Para mim, isso é tão violento quanto acusar um terreiro de candomblé de comercializar a fé porque quem os visita são artistas. Ou de dizer que a parada LGBTQIA+ é apenas um evento de entretenimento, quando ela é mais do que um evento com música e festa, é a defesa do legítimo direito de existir de um grupo que tem uma identidade", completou ao Uol.
Já sobre o discurso de que o local era uma "igreja de brancos", o religioso fez questão de citar que o local é plural. O próprio Eduardo é negro
"Temos a diversidade da cidade representada na nossa membresia. Estamos no sul do país, localidade de maioria branca. Mas eu, o pastor sênior, sou negro. Quando nos acusam, dizendo que somos uma igreja de brancos, isso soa muito mal entre nós, porque grande parte dos nossos pastores é negra, bem como grande parte de nossos líderes. Além disso, prezamos pela paridade de gênero, pois as mulheres não são subalternas, nem podem ser invisibilizadas ou inseridas em uma condição de servilismo", declarou.
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