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BANCADA EVANGÉLICA

Pastores vão se pronunciar sobre interferência no MEC

O chamado "Gabinete paralelo" é dirigido pelos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura

Por Da Redação

23/03/2022 - 10:43 h | Atualizada em 23/03/2022 - 11:25
Ministro da Educação, Milton Ribeiro
Ministro da Educação, Milton Ribeiro -

O presidente da bancada Evangélica, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), informou que conversou com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre o gabinete paralelo de pastores que controlam as verbas do Ministério. A expectativa do deputado é um retorno até esta quarta-feira, 23.

Após divulgação de áudio pelo jornal Folha de S.Paulo, foi revelado que a atuação do ministro tem sido dirigida por um grupo de religiosos sem nenhum vínculo com o MEC ou o tema da educação. Dirigido pelos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura, o "gabinete paralelo" opera para facilitar a liberação de recursos, permitir o acesso de outras pessoas ao ministro e interferir na gestão da Pasta.

Em nota divulgada na tarde da última terça-feira, 22, Milton Ribeiro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não deliberou "atendimento preferencial a ninguém", diferentemente do que afirma no áudio divulgado. O ministro também negou favorecer determinados grupos em detrimento de outros.

"Registro ainda que o presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem", afirmou Ribeiro, na nota divulgada pelo MEC.

Ao ser questionado se defenderia a demissão do ministro da educação, Sóstenes procurou se distanciar de Ribeiro e disse que o “ministro não foi indicação da Frente Evangélica, aliás nenhum dos ministros evangélicos do governo teve a indicação do Fundo Perpétuo de Educação (FPE). Logo, se não temos indicação, não temos que pedir troca do que nunca indicamos".

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), por sua vez, disse na última terça-feira, 22, que não pode haver dúvidas sobre o trabalho do ministro Milton Ribeiro. O deputado, contudo, afirmou que ainda não ouviu o áudio em que o chefe do MEC diz atender às demandas do grupo de religiosos a pedido de Bolsonaro

"Eu não sei em que quadrante, em que situação ele falou isso. Ele é que tem que se explicar com relação a isso. Não pode haver dúvidas com relação à seriedade tanto do trabalho do ministro, principalmente da Educação, quanto do Ministério", disse Lira.

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