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PF deflagra operação contra suspeitos de exploração sexual em garimpos

As vítimas chegavam a realizar até 15 programas por noite, além de sofrerem ameaças

Publicado sábado, 18 de março de 2023 às 11:36 h | Atualizado em 18/03/2023, 11:48 | Autor: Da Redação
Agentes cumprem quatro mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária neste sábado
Agentes cumprem quatro mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária neste sábado -

A Polícia Federal deflagrou neste sábado, 18, a operação Palácios para investigar e prender suspeitos de estarem envolvidos em uma organização criminosa que recrutava mulheres e adolescentes para serem exploradas em garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

As investigações começaram após o resgate de uma adolescente de 15 anos na última terça-feira, 14. Ela havia tinha sido cooptada por aliciadores para se prostituir no garimpo.

Segundo a PF, quatro mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária, expedidos pela Vara de Crimes contra Vulneráveis da Justiça Estadual de Roraima, são cumpridos em Boa Vista, capital de Roraima. A partir das investigações, a polícia identificou pessoas que estariam envolvidas no esquema.

“Por meio de perfis falsos em redes sociais, os aliciadores fariam o contato com mulheres e adolescentes, ofertando a possibilidade de trabalharem no garimpo nas mais variadas áreas, inclusive na prostituição, com promessa de ganhos irreais. Após serem convencidas, um motorista à serviço do grupo criminoso buscaria as vítimas aliciadas, levando-as até uma pista clandestina, onde eram transportadas por avião até a área do garimpo. Lá chegando, em condições de extrema precariedade, as vítimas eram informadas e cobradas pelos custos do transporte, que custaria até 10 mil reais, gerando, a partir daí, uma dívida inicial com os gerentes do grupo criminoso”, informou a PF. 

O sustento das vítimas, desde a alimentação até a moradia, seria cobrado pelos aliciadores a fim de impedi-las de saírem do local enquanto não quitassem as dívidas cada vez maiores.

As vítimas chegavam a realizar até 15 programas por noite, além de sofrerem ameaças caso não quisessem se prostituir. Ainda de acordo com a PF, os principais suspeitos de envolvimento direto com a ação são duas irmãs e o marido de uma delas.

Vítimas e pessoas que saibam de situações semelhantes podem denunciar anonimamente à PF em Roraima por meio do telefone (95) 36211500 ou na Superintendência da corporação no Estado.

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