REGIÃO AMAZÔNICA
PF investiga grupo que compra ouro de terras indígenas
Esquema que já movimentou R$ 16 bilhões acontece na região Norte do país
A Polícia Federal está com uma investigação em curso para
averiguar o comércio ilegal de ouro extraído em terras indígenas, segundo
reportagem da Folha de S. Paulo. O inquérito mira mineradoras que atuam de
forma irregular no Norte do país.
Há a suspeita que empresários se utilizem de um garimpo localizado
nas proximidades de Itaituba, no Pará, para manipular minério proveniente de
território yanomami. A Polícia Federal também suspeita que a operação ilegal
também utilize produtos extraídos de outras reservas ambientais na área amazônica,
como em terras indígenas no Pará, Roraima e Rondônia.
As investigações avançaram após três operações no início do mês que colocaram a mineradora Gana Gold, atual M.M.Gold, como peça central do esquema. No total, a PF estima que as empresas envolvidas no caso movimentaram cerca de R$ 16 bilhões entre 2019 e 2021.
O veículo aponta ainda que as investigações da Polícia
Federal identificam o empresário Rodrigo Martins de Mello se relacionando com a
empresa investigada. Mello, que é pré-candidato a deputado federal pelo PL, de
acordo com a Folha, é suspeito de comandar a operação logística que garante a
exploração ilegal de ouro na terra yanomami. O grupo liderado por ele
movimentou R$ 200 milhões em dois anos.
A operação para "esquentar" ouro funciona da
seguinte forma:
1) - Autorizada pelo poder público a explorar
determinada área, a empresa passa a minerar em garimpos clandestinos ou locais
proibidos, incluindo terras indígenas;
2) - O ouro extraído ilegalmente desses locais não
permitidos é declarado à Agência Nacional de Mineração (ANM);
3) - A declaração sobre a quantidade extraída tem a
origem camuflada;
4) - No final da operação, o ouro é inserido na
economia formal
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