PMs envolvidos na morte de mulher arrastada por viatura são absolvidos | A TARDE
Atarde > Brasil

PMs envolvidos na morte de mulher arrastada por viatura são absolvidos

Caso aconteceu há 10 anos no Rio de Janeiro

Publicado terça-feira, 19 de março de 2024 às 08:08 h | Atualizado em 19/03/2024, 08:20 | Autor: Da Redação
Justiça absolve PMs envolvidos em caso de mulher arrastada por viatura
Justiça absolve PMs envolvidos em caso de mulher arrastada por viatura -

Os seis policiais militares envolvidos na morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, em 2014, foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A vítima foi baleada durante uma operação no morro da Congonha, em Madureira, na zona norte da cidade, e foi arrastada por 350 metros por uma viatura da PM. As informações são da Folha.

A decisão do TJ-RJ foi assinada pelo juiz Alexandre Abrahão Teixeira, do Terceiro Tribunal do Júri. O entendimento foi de que os PMs agiram em legítima defesa, porque trocavam tiros com traficantes.

"Os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida", escreveu o magistrado na sentença.

Claudia Silva Ferreira foi baleada no pescoço e nas costas depois de sair de sua casa no morro da Congonha para comprar pão. Após ela ser baleada, os policiais afirmam que a colocaram no porta-malas para levar a mulher ao hospital. No trajeto, a porta abriu e ela foi arrastada pela rua, por 350 metros. Os PMs foram alertados por pedestres e motoristas, mas não pararam. A vítima já chegou morta no hospital.

“No banco traseiro da viatura havia alguns armamentos. A população estava revoltada e tentou tomar para si as armas, bem como agredir os policiais. Como os agentes tinham que socorrer Claudia, não houve tempo hábil para retirar as armas do banco. Em razão disso, eles a colocaram dentro da caçapa da viatura”, afirmou em depoimento Wagner Cristiano Moretzsohn, comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar à época.

“Em determinado momento, quando estávamos percorrendo a Estrada Intendente Magalhães, olhei para trás e vi a porta aberta. Claudia não estava no veículo. Imediatamente mandei a viatura parar e corri achando que ela havia caído. Percebi que ela estava presa no reboque. Coloquei ela novamente na viatura. Nesse momento já não percebi mais os sinais vitais. Em momento nenhum ninguém avisou que Claudia estava presa, nem o rapaz que filmou o ocorrido”, declarou em depoimento o PM Rodrigo Boaventura.

O projétil que acertou Claudia, não foi encontrado para que fosse realizado confronto balístico com as armas dos PMs.

Com a decisão do TJ-RJ, foram inocentados o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno. Os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva Alves e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles, também foram absolvidos da acusação de terem removido o corpo de Cláudia do local em que ela foi baleada.

Após a morte de Claudia, a sua família e o Governo do Rio de Janeiro entraram em acordo para o pagamento de uma indenização por danos morais e materiais, em valor que não foi divulgado. Os beneficiados foram o marido e quatro filhos. 

Publicações relacionadas

MAIS LIDAS