BRASIL
Polícia diz que vítimas de seita de Djidja eram abusadas sexualmente
Segundo o delegado responsável pelo caso, as vítimas eram obrigadas a usar alucinógenos
Por Da Redação
Após a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso. que aconteceu na última terça-feira, em Manaus, a família passou a ser investigada por conta da criação de uma seita que, de acordo com a Polícia Civil, manteve vítimas em cárcere privado. A mãe, Cleusimar, e o irmão, Ademar, foram presos por tráfico de drogas e associação ao tráfico.
O delegado Cícero Túlio, responsável pelo caso, disse em entrevista ao jornal O Globo, que as vítimas ficaram "despidas por vários dias", eram abusadas sexualmente e obrigadas a fazer uso de alucinógenos.
"Diversas pessoas já foram ouvidas no decurso da investigação. Duas pessoas relataram fatos criminosos que levam a crer na possibilidade prática de estupro de vulnerável. Inclusive, com a possibilidade de ter acontecido um aborto com uma dessas garotas", pontuou o delegado.
Outros mandados de prisão também foram expedidos contra três funcionários da rede de salões Belle Femme, administrada pela família. Segundo as investigações, uma ex-parceira de Ademar foi uma das vítimas da seita, que fazia uso de ketamina, uma droga com efeitos alucinógenos
"Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo da seita", acrescetnou Túlio.
Segundo o delegado, foram encontradas centenas de seringas, algumas prontas para serem usadas, além de doses da droga. "Outras duas pessoas relataram essa situação do estupro, principalmente por terem sido dopadas durante o ato sexual e não se lembrarem nada sobre aquilo. Algumas delas permaneceram despidas por vários dias, sem sequer tomar banho, em uma situação de cárcere privado. Inclusive, no momento que adentramos naquela residencia, o cheiro de podridão era muito forte", salientou. Djidja Cardoso era investigada pela Polícia Civil do Amazonas por fazer parte dessa seita com a família.
Seita familiar
Batizada de "Pai, Mãe, Vida", a seita possuía forte cunho religioso. Segundo a polícia, os três acreditavam ser, respectivamente, Maria Madalena, Maria e Jesus Cristo.
"A morte tem peculiaridades, principalmente pela possibilidade de uso de fármacos psicotrópicos. Há a possibilidade de ter havido um abuso que levou ao óbito dela (...) Não trabalhamos ainda com a hipótese de homicídio. Para que eu possa dizer que teve uma morte violenta e um homicídio, preciso de elementos de autoria. É o que estamos levantando", explicou o delegado Daniel Antony, da Delegacia de Homicídios.
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