BRASIL
Presidente de associação de delegados refuta associação de autonomia policial a golpe em 2022: "Histeria"
Por Da redação

Dois projetos de lei orgânica das polícias civil e militar, que restringem o poder de governadores sobre braços armados dos Estados e do Distrito Federal, tramitam no Congresso. As propostas trazem mudanças na estrutura das polícias, como a criação, na PM, da patente de general, hoje exclusiva das Forças Armadas, e a constituição de um Conselho Nacional de Polícia Civil ligado à União.
Há o temor, por parte de alguns gestores estaduais, de que a aprovação dos projetos aumentem a força do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem usado o discurso da segurança pública para alavancar sua popularidade na segunda metade do mandato. Não faltaram os que disseram que o movimento seria uma pavimentação de um golpe em 2022, uma vez que Bolsonaro tem questionado o sistema eleitoral brasileiro abertamente.
O delegado Rodolfo Queiroz Laterza, presidente da Associação de Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), no entanto, considera uma "histeria" associar a proposta de dar mais autonomia às polícias Civil e Militar ao "golpismo".
Com cerca de 9 mil associados, a Adepol é co-autora da proposta com a Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis), entidade das demais carreiras. Apesar de admitirem tratar do projeto com o governo federal, os delegados rejeitam viés pró-Jair Bolsonaro e afirmam que a intenção é blindar a polícia de “interesses partidários” dos governadores.
"A histeria criada, chegando a levantar que o Brasil, com as leis gerais das Polícias Civis e Militares, caminha para um possível golpe em 2022, é uma insanidade tamanha que chega a ser difícil de crer que tal sandice adveio de alguma ingenuidade ou equívoco", disse Laterza ao Estadão. "Somos policiais acima de tudo, prestamos juramento em prol da legalidade e da Constituição Federal. Ademais, as forças policiais possuem dentre seus milhares de integrantes uma pluralidade de opiniões e pensamentos, não há milícias ao estilo freikorps (paramilitares alemães) nas Polícias Civis. Causou revolta entre os delegados de polícia tal associação imprudente.", defendeu.
Os textos foram obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Esses mecanismos são vistos nas polícias como forma de defesa das corporações contra ingerência e perseguição política.
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