BRASIL
Procuradoria defende programa de trainee só para negros: 'louvável e incensurável'
Por Da Redação
![A campanha foi alvo de ação civil movida pelo defensor público Jovino Bento Júnior na última segunda, 5 | Foto: Divulgação](https://cdn.atarde.com.br/img/2020/10/1200x720/trainne-programa-magazine-luiza_20201010122221728-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2020%2F10%2Ftrainne-programa-magazine-luiza_20201010122221728.jpg%3Fxid%3D4554250%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1738888436&xid=4554250)
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal considerou "louvável" a iniciativa da Magazine Luiza em promover um programa de trainee apenas para negros. A campanha chegou a ser alvo de ação civil na última segunda-feira, 5, movida pelo defensor público Jovino Bento Júnior. As informações são do Estadão.
Os procuradores Marco Antonio Delfino de Almeida e Carlos Alberto Vilhena não citam os nomes da ação do defensor, mas criticam a expressão "racismo reverso", no qual foi utilizada, em uma tentativa, de enquadrar o programa como ilegal.
"A alegação de 'racismo reverso' constitui uma falácia retórica para encobrir o privilégio que contempla, historicamente, as parcelas hegemônicas da sociedade brasileira; esse argumento enganoso busca enfraquecer a evidência do racismo estrutural", afirmam.
"Não é possível confundir com racismo medidas destinadas a reparar distorções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação social do Brasil".
Os procuradores afirmam que a iniciativa da Magazine Luiza é "louvável e incensurável" por ofertar vagas ao grupo que, visualizando uma linhagem histórica, foram excluídos "a despeito das controvérsias e dos confrontos de opiniões que a iniciativa gerou na sociedade brasileira".
"Ações afirmativas como a adotada pela empresa Magazine Luiza encontram fundamento e validade, tanto no âmbito teórico do direito, quanto na dura realidade social brasileira, de discriminação institucionalizada contra diversos grupos sociais - em especial, na questão em análise, contra a população negra e parda -, e, por isso mesmo, têm o condão de eliminar desigualdades sociais e étnicas decorrentes de fatores históricos, sociais, econômicos, entre outros tantos que constituíram e constituem a sociedade brasileira".
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