Professora negra expulsa de voo faz primeiro pronunciamento | A TARDE
Atarde > Brasil

Professora negra expulsa de voo faz primeiro pronunciamento

Samantha se pronunciou durante entrevista ao Programa Encontro, na TV Globo

Publicado segunda-feira, 01 de maio de 2023 às 13:25 h | Atualizado em 01/05/2023, 13:44 | Autor: Da Redação
Inquérito foi aberto para investigar existência de crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos
Inquérito foi aberto para investigar existência de crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos -

A professora negra que foi expulsa de voo da Gol, na última sexta-feira, 28, foi à público nesta segunda-feira, 1º, para se pronunciar sobre o fato. Durante entrevista ao Programa Encontro, na TV Globo, Samantha Vitena disse que ainda tenta entender tudo o que aconteceu. 

“Fique muito abalada com a situação, porém tenho recebido suporte e bastante apoio”, disse Samantha. "Eu tenho recebido muitas mensagens e, em algumas dessas mensagens, as pessoas me agradeceram. Elas falaram: 'você falou por mim'. E isso me deu força para conversar", acrescentou. 

Na última sexta-feira, 28, após atraso do voo, que saía de Salvador para São Paulo, um comissário pediu que a professora despachasse a mochila, onde estava um notebook. 

“Sempre soube que não se despacha um laptop, e aí falei que isso não seria possível”, disse a professora durante entrevista. 

Ainda assim o comissário insistiu. Com ajuda de outro passageiro, que retirou uma pequena sacola própria de um espaço, Samantha conseguiu acomodar a mochila no compartimento superior da aeronave. A tripulação do avião, ainda assim, acionou três agentes da Polícia Federal para retirá-la do voo. 

"Eu tinha sentado para aguardar o voo, que está atrasado. Vieram três policiais que eu não entendia, eu não podia imaginar que era por mim. Eles pediram para eu me retirar, mas qualquer pessoa perguntaria o motivo. No momento que eu levantei para me retirar, eu perguntei para os passageiros se eu tinha feito algo e eles disseram que não", comentou.

Ainda na conversa, a professora questionou o fato do seu corpo ter sido um "alvo fácil" para ser retirado do avião, mesmo depois de ter achado um local para colocar a mochila com a ajuda de outro passageiro. 

Outro passageiros apoiaram Samantha e começaram a gravar a situação com os celulares. A professora foi levada pelos policiais até a delegacia do aeroporto. Com auxílio de dois advogados, ela foi liberada horas depois, após assinar um Termo Circunstanciado. Com a repercussão, a Gol se mobilizou para colocar Samantha em outro voo para São Paulo, onde ela se encontrou com familiares. 

Um inquérito foi aberto neste domingo, 30, para investigar a existência de crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos. O anúncio da abertura do inquérito foi feito pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

Em nota, a Gol informou que vai se colaborar com a investigação da PF, assim que for notificada, e que segue à disposição das autoridades, já que uma empresa independente foi contratada para apurar o fato.

Publicações relacionadas