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Próximo ato dos alagados será contra Serra, diz vereador

Publicado terça-feira, 09 de fevereiro de 2010 às 08:28 h | Autor: Agência Estado

Um protesto de ao menos 200 pessoas dos bairros alagados na região do Jardim Romano, zona leste de São Paulo, acabou em conflito. Quem se envolveu diretamente no confronto com a polícia, no entanto, foram políticos de oposição à gestão Gilberto Kassab (DEM). Eles enfrentaram os PMs armados, na frente da Prefeitura, na tarde de ontem. A polícia usou spray de pimenta e cassetetes. "Foi truculência sem motivo", disse o vereador Zelão (candidato a uma cadeira na Assembleia, que, atingido na cabeça, foi levado para o ambulatório da Câmara). "Foi uma manifestação das vítimas. É bom saber que da próxima vez o protesto vai ser no gabinete do governador."

A principal reivindicação do grupo de moradores - que há exatos dois meses enfrenta alagamentos - era garantir que seriam indenizados, caso tivessem de deixar as casas por causa de obras na várzea do Tietê. Até agora, a opção oferecida pelo prefeito é o "aluguel social" ou "bolsa-aluguel", uma ajuda de R$ 300 mensais, enquanto uma moradia definitiva não é construída.

A manifestação começou às 14 horas, na frente da Prefeitura, quando os manifestantes ligaram um sistema de microfone e começaram a reclamar da política habitacional de Kassab para a região. À frente do ato havia uma série de assessores parlamentares do PT e políticos, incluindo ex-secretários da gestão Marta Suplicy - Eduardo Zarattini (Transportes), Donato (Subprefeituras), José Américo (Comunicação) -, além dos vereadores Alfredinho, Juliana Cardoso e Zelão. Os deputados estaduais Adriano Diogo (PT) e Simão Pedro (PT), o federal Ivan Valente (PSOL) e o senador Eduardo Suplicy (PT) também estiveram presentes.

Mais manifestantes de movimentos como o Passe Livre e o de Moradia, de direitos sociais, de sem-teto e de grupos da Igreja Católica chegaram e, uma hora depois, a PM bloqueou metade da calçada com barreiras móveis. Para isso, os policiais empurraram as pessoas na direção da rua - que teve o tráfego fechado - e utilizaram spray de pimenta e cassetetes contra quem se recusou a sair. Ao menos quatro pessoas tiveram de ir ao hospital e diversas outras tiveram irritações nos olhos e escoriações. Um dos assessores do prefeito também agrediu moradores que protestavam e houve troca de empurrões.

Defesa

Responsável pela operação, o comandante do 45º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Orlando Taveiros Costa Júnior, alegou que os policiais apenas responderam a um pequeno grupo (o dos políticos) que teria se exaltado, jogado pedras e tentado invadir o espaço livre na frente da Prefeitura. "Passou de uma manifestação democrática para uma manifestação contra o estado democrático de direito. A PM precisou intervir e, de maneira moderada, utilizou o gás. Tudo foi filmado."

Apesar de todas as reivindicações, os manifestantes saíram apenas com a promessa de uma reunião com Kassab, na sexta-feira. A Prefeitura informou, por meio de nota, que cerca de 2,5 mil famílias receberam o bolsa-aluguel, 323 foram transferidas para apartamentos da CDHU e que oito terrenos na zona leste já foram reservados para a construção de cerca de 3.200 moradias. Além disso, segundo a Prefeitura, cerca de 23 mil imóveis da região já foram visitados por agentes municipais de saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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