Região que mais rejeita Bolsonaro será a mais beneficiada com o Auxílio-Brasil | A TARDE
Atarde > Brasil

Região que mais rejeita Bolsonaro será a mais beneficiada com o Auxílio-Brasil

Publicado domingo, 24 de outubro de 2021 às 09:11 h | Atualizado em 24/10/2021, 09:14 | Autor: Da Redação
Bolsonaro pode ter perdido por a confiança do mercado, mas tenta ganhar eleitoralmente do outro I Foto: Agência Brasil
Bolsonaro pode ter perdido por a confiança do mercado, mas tenta ganhar eleitoralmente do outro I Foto: Agência Brasil -

Motivo de crise fiscal e discussão nos diversos setores produtivos e da economia, o Auxílio-Brasil, considerado uma saída para a queda de popularidade do governo, vai ter uma presença grande no Nordeste.

Quase metade dos recursos do programa, com valor médio R$ 400, será destinada à região onde o presidente Jair Bolsonaro justamente no estado onde tem maior rejeição.

Com a medida que pode romper o teto de gastos e gerou uma debandada de auxiliares do Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes, Bolsonaro pode ter perdido por a confiança do mercado, mas tenta ganhar eleitoralmente do outro.

Além do valor ampliado até dezembro de 2022, o programa substituto do Bolsa Família promete abranger de 14,6 milhões para 17 milhões o contingente de famílias em situação de vulnerabilidade beneficiadas. Deste montante, pelo menos R$ 36,6 bilhões serão gastos no Nordeste.

De acordo com o último levantamento do Ipec, divulgado em setembro, mostra que somente 16% dos nordestinos avaliam o governo Bolsonaro como bom ou ótimo, abaixo dos 22% da média nacional. A queda é nítida: no ano passado, 33% dos moradores da região que foram entrevistados consideravam positivo a gestão do presidente.

Uma das promessas do governo é conseguir zerar a fila de espera atual do Bolsa Família, e o Nordeste é responsável pelo maior número de pessoas que ainda esperam aprovação para receber o benefício, 41,6% dos 1,19 milhão de pessoas na fila.

Se por um lado o cálculo político prevê o ganho de votos, do outro a promoção do programa assistencialista pode se mostrar um problema a longo prazo.

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, vê riscos no rompimento do teto de gastos e diz que a falta de controle fiscal terá consequência no futuro.

"O governo está dando um recurso para uma população muito carente de um lado e tirando por outro, porque pode ter mais inflação, menos crescimento e mais desemprego", disse Sergio em entrevista ao Globo.

Publicações relacionadas