RETROCESSO
Resgates em condições análogas à escravidão chegam a 1.201 em 2023
Desde 2008, não haviam tantos casos de resgate nos cinco primeiros meses de um ano
Por Da Redação
Embora 135 anos terem se passado desde a abolição da escravatura, celebrada neste sábado, 13 de maio, o Brasil ainda bate recordes de identificações de situações análogas à escravidão. O dia é marcado por uma triste marca, com o resgate de 1.201 pessoas em situação análoga à escravidão apenas em 2023.
Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea possuía dois artigos: um decretou o fim do regime escravocrata no país; e o segundo revogava as ações contrárias. De acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego, os maiores registros de resgates aconteceram em Goiás, com 372 pessoas, e no Rio Grande do Sul, com 296.
Destes 296 trabalhadores resgatados no Rio Grande do Sul, 196 são baianos. Eles foram retirados devido a exploração em vinícolas no estado, em fevereiro deste ano.
Desde 2008, não haviam tantos casos de resgate nos cinco primeiros meses de um ano. Na ocasião, foram 1.456 trabalhadores resgatados no primeiro trimestre, segundo dados do ministério. O número também representa um aumento de 140% em relação ao período do ano passado.
A maior ação de resgate aconteceu no Goiás, após 10 dias de operação. Mais de 150 trabalhadores foram resgatados por trabalho análogo à escravidão em duas cidades da região sudoeste do estado, Acreúna e Quirinópolis.
Ministério Público do Trabalho (MPT), Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTB/GO), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF) fizeram parte da ação.
De acordo com o MPT, 139 pessoas trabalhavam sem as mínimas condições necessárias em uma usina de cana-de-açúcar e 13 trabalhadores, da mesma forma, só que em uma fábrica de ração.
Os nomes das empresas e dos empresários onde os trabalhadores atuavam não foram divulgados pelo MPT.
Suspeitas de trabalho análogo à escravidão podem ser denunciadas anonimamente pelo sistema Ipê.
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