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30/12/2022 às 19:24 • Atualizada em 30/12/2022 às 19:55 - há XX semanas | Autor: Da Redação

PETS

Réveillon: festa para humanos, terror para os animais

Muitas vezes, na tentativa de trazer alívio ao animal de estimação, os donos acabam recorrendo aos remédios

Foguetório representam um perigo à saúde dos pets
Foguetório representam um perigo à saúde dos pets -

Aumentam as buscas por medicamentos do tipo sedativo acepromazina como uma alternativa para aliviar o estresse de cães e gatos que sofrem com o estouros e as luzes dos fogos de artifício da virada do ano.

Irritações, fugas, atropelamentos, em casos mais graves, até convulsões e desenvolvimentos de doenças cardíacas, imunológicas e metabólicas são algumas das situações que acometem os pets que se desesperam com os barulhos dos fogos.

Para buscar conforto aos animais de estimação, os donos recorrem aos remédios anestésicos e relaxantes. Eles são vistos pelos tutores como meios para acalmar os animais no final de ano, especialmente na virada dos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, nas comemorações do réveillon.

O problema é que o uso desses medicamentos sem a devida orientação de um médico veterinário podem causar sérios efeitos colaterais aos pets.

A aplicação de acepromazina por exemplo: deixa o animal em estado sonolento mas na prática, o animal continua com audição e visão em perfeito estado. O animal continua ouvindo e vendo tudo mas não consegue reagir por conta do tranquilizante.

"Nós vemos na prática como a automedicação está crescendo. As pessoas têm facilidade de conseguir esses remédios e dão aos animais na melhor das intenções, mas acabam colocando a saúde deles em perigo", alerta o veterinário Pedro Parussolo, do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo, em entrevista à BBC Brasil.

"Além disso, o retorno do cachorro ou do gato ao estado normal após a acepromazina não é muito legal. Alguns ficam com alucinações e desenvolvem comportamentos compatíveis com uma crise de dor de cabeça. Não se trata, portanto, de uma alternativa boa para lidar com essas situações", acrescenta o também veterinário Guilherme Soares, professor da Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro.

Mas por que alguns cães e gatos têm pavor dos fogos de artifício?

Com audição e visão aguçadas, os animais são impactados com determinadas quantidades de luzes e volumes de barulhos das queimas de fogos de artifício. Os estímulos são acionados justamente à noite, no momento em que as coisas costumam estar mais tranquilas, escuras e silenciosas na natureza. A visão e a audição de gatos, cachorros e outras espécies são mais sensíveis que a dos seres humanos. Eles conseguem captar muito mais estímulos do ambiente, e o que é um ruído para nós vira um tormento para alguns animais.

Soares aponta que o medo dos fogos de artifício possui raízes genéticas e evolutivas. "No passado, os animais que fugiam do barulho sobreviveram para deixar descendentes. Isso nem sempre acontecia com aqueles que não reagiam da mesma forma", comenta

Segundo o veterinário, nem todo cão ou gato desenvolve essa reação de estresse e medo diante de fogos e luzes.

O Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, destacou uma pesquisa que ouviu 383 proprietários de cães. 49% afirmaram que os seus pets apresentavam alguma resposta específica quando eram expostos aos ruídos. Em 96,8% desses casos, os sinais eram de medo, como procurar os donos para se proteger, tremer, se esconder, fugir ou latir.

"Dos cães que apresentaram fobia de ruídos, 83% tinham medo de fogos de artifício, 65% de sons de tempestades, 30% de sons produzidos por armas de fogo, 28% de sons de escapamento de carro, 18% de outros ruídos ambientais altos e 12% de barulhos altos na televisão", aponta o artigo.

O impacto na saúde dos animais

O Hospital Veterinário Sena Madureira observou uma crescente de 25% na internação de pets durante o mês de dezembro de 2021 por causa do estresse e do pânico relacionados aos rojões e aos fogos de artifício. Essas situações desenvolvem consequências imediatas e de longo prazo nos animais.

Durante eventos barulhentos, gatos e cachorros têm uma diminuição do bem-estar e ficam mais agressivos ou retraídos. Alguns podem até sofrer convulsões.

Há uma parcela dos pets que, no desespero, foge de casa ou pula de janelas altas. Isso também representa um perigo, já que eles podem se machucar, se perder ou virar vítimas de atropelamentos em ruas e avenidas.

Na última década os estudos relacionados a saúde dos animais incentivaram campanhas e até mudanças na lei em vários lugares do Brasil: no Estado de São Paulo, por exemplo, é proibido soltar fogos de artifício com barulho desde julho de 2021. Há projetos semelhantes sendo apreciados no Senado Federal.

Recomendações

Soares orienta que os donos e donas de pets comecem a se preparar com alguns meses de antecedência, se possível. "Se você percebe que o cão ou o gato têm problemas com barulhos, vale buscar um especialista três ou quatro meses antes [do período de festas]. Com isso, já é possível colocar em prática treinamentos e mudanças comportamentais. Em alguns casos, também prescrevemos medicamentos", orienta Soares..

As medicações que os profissionais costumam prescrever nesses cenários não são os sedativos ou anestésicos. A primeira opção vem da classe dos ansiolíticos, que ajuda a aplacar a ansiedade.

Parussolo orienta algumas estratégias que auxiliam na virada do ano. A primeira delas é manter o animal num espaço mais calmo e tranquilo da casa, que tenha o menor contato com os ruídos do exterior. Se possível, vale deixar algum som ambiente na hora do foguetório, colocar uma música relaxante ou deixar a TV ligada com o volume baixo são algumas das ideias. É importante atentar-se à segurança: para evitar fugas ou acidentes, confira se janelas e portas estão bem fechadas.

"Também podemos usar alguns fones de ouvido desenvolvidos para os animais, que abafam um pouco o som externo. Alguns animais se sentem mais confortáveis com a presença dos tutores. Então fazer companhia para eles nesses momentos pode ajudá-los", diz o veterinário.

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