BRASIL
“Se há mandante, é um comerciante”, diz Mourão sobre Dom e Bruno
Vice-presidente comparou as mortes com crimes na periferia e disse que jornalista foi "dano colateral"
Por Da Redação
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos) afirmou nesta segunda-feira, 20, que se houver mandante nas mortes do jornalista Dom Phillips e do indigentista Bruno Pereira, deve ser um comerciante da região. Após mais de uma semana de buscas na Amazônia, os corpos de Dom e Bruno foram encontrados por indicação de um homem que confessou o crime.
“Ninguém fica feliz com a morte estúpida como a que aconteceu do Bruno e do Dom. Agora, é uma região pobre, Atalaia do Norte é um município de 20 mil habitantes com carências inúmeras, vive de um pequeno comércio, de fundo de participação de município. Essas pessoas aí que assassinaram covardemente os dois são ribeirinhos”, falou Mourão ao chegar a seu gabinete na Vice-Presidência.
“Vai aparecer se há um mandante. Mas, se há um mandante, é um comerciante da área que estava se sentindo prejudicado pela ação, principalmente do Bruno e não do Dom, né? O Dom entrou de gaiato nessa história, foi dano colateral”, continuou.
Mourão ainda comparou a morte do jornalista britânico e do indigenista aos crimes que ocorrem em periferias das grandes cidades.
“Isso é um crime que aconteceu num momento quase que de uma emboscada. Um assunto que vinha se arrastando, vamos dizer. Na minha avaliação, deve ter ocorrido no domingo. Domingo essa turma bebe, se embriaga, mesma coisa que acontece aqui na periferia das grandes cidades”, comparou Mourão.
O caso
De acordo com a perícia feita pela Polícia Federal, os dois foram mortos com armas de caça. O indigenista foi atingido por três tiros, enquanto o jornalista foi morto com um disparo. Os exames ocorrem em Brasília e a expectativa das autoridades é que os corpos sejam liberados até quarta-feira, 22.
Pelo crime, Amarildo Oliveira, o "Pelado", foi o primeiro a ser preso, no dia 7 de junho. Foi ele quem conduziu as equipes de busca ao local onde os corpos foram encontrados, numa mata às margens do rio Itaquaí (AM), na última quarta-feira, 15. Após negar envolvimento no crime, ele admitiu ter realizado os disparos contra o indigenista e o jornalista.
O irmão de Amarildo, Oseney Oliveira, conhecido como Dos Santos, foi o segundo a ser preso. Os investigadores ainda apuram se ele disparou contra Bruno e Dom ou se ajudou na ocultação dos cadáveres. Neste domingo, 19, a Polícia Federal divulgou que outros cinco suspeitos das mortes já foram identificados.
No sábado, 18, mais um suspeito confessou participação nas mortes. Jefferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha, admitiu ter sido um dos executores dos assassinatos, juntamente com os irmãos Amarildo e Oseney Oliveira.
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