ASSASSINATO
Senador critica decisão sobre quiosque para família de Moïse
Humberto Costa (PT-PE) classificou crime como caso de xenofobia
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), criticou nesta segunda-feira, 14, a decisão da prefeitura do Rio de Janeiro em transferir para os parentes do congolês Moïse Kabagambe a administração do quiosque onde ele foi espancado e morto no último dia 24 de janeiro. A famlília inicialmente havia aceitado a oferta, mas a recusou em seguida, temendo represálias.
"Passar para a familia como forma de compensação o quiosque onde houve o crime, na verdade nenhuma pessoa em juízo são vai assumir uma coisa como essa. Creio que a prefeitura esteja pensando numa alternativa", afirmou o senador, que é membro da comitiva do Senado e da Câmara dos Deputados, que esteve reunida na manhã de hoje com parentes de Moïse.
Realizado na sede da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o encontro reuniu representantes das comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado. O objetivo da reunião é acompanhar as investigações, além de cobrar apuração e punição dos responsáveis pela morte de Moïse. A família do congolês preferiu não falar com a imprensa ao chegar. O encontro na entidade foi o primeiro de uma série de reuniões que os parlamentares participam no Rio hoje e amanhã, para tratar do assunto.
Costa classificou o crime como um caso de xenofobia, racismo e marginalização e criminalização da pobreza. Ele afirmou que pretende saber também quais são as medidas de apoio à família que estão sendo tomadas, inclusive pela prefeitura do Rio. "Quanto à OAB, queremos saber se essa família está bem assistida do ponto de vista jurídico. Para que possa haver justiça", acrescentou o parlamentar.
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