Testemunhas apontam vítima de atropelamento como suspeito de furto

Matheus Campos Silva, 21 anos, morto após ser atropelado pelo motorista de aplicativo Rafael Bittencourt, foi identificado por testemunhas como responsável pelo furto do celular do motorista. A testemunha Eliane Krubiniki prestou depoimento no 5º Distrito Policial de São Paulo, nesta sexta-feira, e fez o reconhecimento.

De acordo com a Polícia Civil, Fernando Krubiniki, marido de Eliane, corroborou com a versão da mulher. Ambos, que estavam como passageiros no veículo, disseram que o atropelador do jovem, Christopher Rodrigues, 27, estava desorientado e só foi avisado de que Silva era suspeito de furto após o incidente.

As testemunhas também disseram que foi solicitado socorro, o que, segundo o delegado do caso, Percival Alcântara, impede a possibilidade de indiciamento por negligência de ajuda.

O delegado Percival Alcântara prevê conclusão da investigação na próxima semana. "Os depoimentos de hoje foram fundamentais por serem de testemunhas diretas", diz Alcântara. "A falta de imagens é uma das maiores dificuldades do caso, o que aumenta a importância dos testemunhos."

O caso

O atropelador, o motorista de aplicativo Christopher Rodrigues, 27 anos, postou uma série de vídeos no Instagram debochando da vítima, com imagens do corpo debaixo de seu carro e legendas como “Menos um fazendo L”.

Segundo as informações iniciais, o suspeito, identificado como Matheus Campos da Silva, 21 anos, teria tomado o celular de outro motorista de aplicativo e, ao fugir, foi atropelado por Rodrigues, que trafegava um pouco atrás em um Ford Ka preto.

Nos vídeos publicados em seu Instagram, Rodrigues usa de ironia para se referir ao jovem que agonizava no local: “Lúcifer Morningstar recebe mais um membro da equipe”, citando um personagem dos quadrinhos e da série Lúcifer, que deixa o inferno para perseguir criminosos. “Agora, vou para a delegacia assinar um assassinato… Mentira! Deus é mais”, completa ele, fazendo o sinal da cruz.