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BRASIL

Trabalhadores escravizados são resgatados do Lollapalooza

Vítimas trabalhavam carregando bebidas em jornadas de 12 horas diárias

Por Da Redação

23/03/2023 - 16:39 h
Os cinco resgatados trabalhavam para a empresa Yellow Stripe
Os cinco resgatados trabalhavam para a empresa Yellow Stripe -

Trabalhadores em condições análogas á escravidão foram encontrados no Lollapalloza. Eles estavam atuando na preparação do evento e foram resgatados nesta terça-feira, 21. Os shows, que serão realizadas no autódromo de Interlagos, acontecem a partir desta sexta-feira, 24.

As vítimas trabalhavam carregando bebidas em jornadas de 12 horas diárias. "Depois de levar engradados e caixas pra lá e pra cá, a gente ainda era obrigado pela chefia a ficar na tenda de depósito, dormindo em cima de papelão, para vigiar a carga", disse um dos resgatados ao site Uol.

Ainda de acordo com informações, os funcionários não tinham a devida documentação para a realização do trabalho e tinham idade entre 22 e 29 anos. Segundo o auditor fiscal do Trabalho, Rafael Brisque Neiva, as vítimas dormiam no chão de uma tenda de lona aberta. A operação do resgate foi feita pela Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Os cinco resgatados trabalhavam para a empresa Yellow Stripe, terceirizada contratada pela Time 4 Fun, marca dona do Lollapalooza. Em pronunciamento, a T4F disse que mais de 9 mil pessoas trabalham no local do evento e é proibido que os profissionais durmam no local do trabalho. "A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas", divulgou.

Após o resgate das cinco vítimas, as empresas foram obrigadas a pagar R$ 10 mil para cada trabalhador. Caso o Ministério Público do Trabalho entre com o pedido de verbas indenizatórias, o valor pode aumentar.

Comunicado Lollapalooza

Para realizar um evento do tamanho do Lollapalooza Brasil, que ocupa 600 mil metros quadrados no Autódromo de Interlagos e tem a estimativa de receber um público de 100 mil pessoas por dia, o evento conta com equipes que atuam em diferentes frentes de trabalho, em departamentos que variam da comunicação a operação de alimentos e bebidas, da montagem dos palcos a limpeza do espaço e a segurança. São mais de 9 mil pessoas que trabalham diretamente no local do evento e são contratadas mais de 170 empresas prestadoras de serviços.

A T4F, responsável pela organização do Lollapalooza Brasil, tem como prioridade que todas pessoas envolvidas no evento tenham as devidas condições de trabalho garantidas e, portanto, exige que todas as empresas prestadoras de serviço façam o mesmo.

Nesta semana, durante uma fiscalização do Ministério do Trabalho no Autódromo de Interlagos, foram identificados 5 profissionais da Yellow Stripe (empresa terceirizada responsável pela operação dos bares do Lollapalooza Brasil), que, na visão dos auditores, se enquadrariam em trabalho análogo à escravidão. Os mesmos trabalharam durante 5 dias dentro do Autódromo de Interlagos e, segundo apurado pelos auditores, dormiram no local de trabalho, algo que é terminantemente proibido pela T4F.

Diante desta constatação, a T4F encerrou imediatamente a relação jurídica estabelecida com a Yellow Stripe e se certificou que todos os direitos dos 5 trabalhadores envolvidos fossem garantidos de acordo com as diretrizes dos auditores do Ministério do Trabalho. A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas.

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Tags:

escravizados lollapalooza resgatados trabalhadores

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