Traficante pede para ser transferido para Catanduvas-PR

Na contramão dos condenados que temem ser transferidos para a penitenciária federal de Catanduvas, considerada a mais segura e de regime mais rigoroso do País, o traficante e assaltante Marcelo Moacir Borelli quer ser enviado para lá. O pedido foi feito por meio de duas cartas ao juiz-corregedor da Vara de Execuções de Londrina, Roberto do Valle.

O traficante está recluso na enfermaria e só se locomove em cadeira de rodas porque está com aids. Ele alega ser maltratado chama Valle de "arrogante" e "fora da lei". Por causa das críticas que recebeu, o juiz determinou que a penitenciária abra um processo disciplinar contra o preso.

Borelli está desde o final do ano passado na penitenciária de Londrina. Ele cumpre pena de 60 anos e já passou, desde sua prisão, no final de 2000, pelas penitenciárias de Piraquara (PR) e Campo Grande (MS), onde foi infectado pelo vírus HIV. O contágio foi feito propositalmente por outros presos, revoltados com seu comportamento hostil.

O juiz diz ser contrário à transferência de Borelli, mas encaminhou o pedido dele à Secretaria de Justiça, que não se manifesta sobre o assunto. A transferência de presos para Catanduvas é atribuição da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba, que também não comenta sobre o andamento dos processos. Borelli comandou dois assaltos espetaculares em 2000: o roubo de 61 quilos de ouro num avião estacionado no aeroporto de Brasília e de R$ 5,5 milhões de um banco e que eram transportados de avião de Foz do Iguaçu para São Paulo. A aeronave foi desviada para Porecatu, no norte do Paraná. Após sua prisão, a polícia descobriu um vídeo que o mostrava torturando uma menina de três anos.