CAMINHO?
Transporte público: 74 cidades brasileiras têm passe livre
Pesquisadores defendem gratuidade por causa do risco de “colapso” do atual sistema
Por Da Redação
O prefeito Bruno Reis (UB) disse nesta segunda-feira, 19, que a Prefeitura de Salvador segue em negociação em relação ao aumento no valor da passagem no transporte público. Diante do cenário, a possibilidade de gratuidade de passagens na capital baiana, a exemplo dos demais munícipios do estado, parece distante. Mas a situação é diferente em 74 cidades brasileiras que já adotam o sistema.
Em movimento recente, o secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, Flávio Murilo, disse que tem participado de audiências públicas na Câmara Legislativa, com o objetivo de debater a chance de adoção da estratégia também no DF.
Caminhos
No país, 74 cidades já adotaram o modelo sem custos, como revela o pesquisador Daniel Santini, coordenador da Fundação Rosa Luxemburgo e mestrando em Planejamento Urbano e Regional na Universidade de São Paulo (USP).
“A gente pode afirmar que a tarifa zero é uma realidade concreta no Brasil. E se a gente não tomar uma medida concreta radical, podemos deixar de ter um transporte público razoável, porque esse sistema está colapsando”, diz o pesquisador, em entrevista ao Metrópoles.
Ele alerta que a quantidade de passageiros nas cidades brasileiras tem sofrido queda. Como resultado, há cada vez mais subsídios para as empresas de transporte.
“É muito grave e preocupante. A receita cai, porque se perdeu passageiros, então a empresa aumenta a passagem ou reduz a frota. Mas isso afasta a população, e a receita cai de novo, tendo que repetir a operação. Brasília tem tentado manter esse sistema com aumento dos subsídios. Então, é uma curva para baixo de passageiros e, ao mesmo tempo, uma curva para cima dos gastos dos subsídios. Muitos encontraram na tarifa zero uma forma de otimizar recursos. Em vez de pagar a empresa, começar a gerenciar, estatizar o sistema, o que gera uma economia, sem aquele sistema de cobrança e controle, que também é um custo. Em Caucaia, a administração explica a gratuidade a partir de uma reorganização de contratos e gastos, e tem economia com vale-transporte para funcionários públicos, por exemplo”, explica o especialista.
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