USP monta 1º laboratório do Brasil para estudar DNA de povos antigos
Estrutura vai ser de grande importância para estudos de povos sul-americanos
![Antes do Brasil, pesquisas estavam restritas somente aos países mais ricos do Hemisfério Norte](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1210000/1200x0/Artigo-Destaque_01215517_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1210000%2FArtigo-Destaque_01215517_00.png%3Fxid%3D5664246%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1718232700&xid=5664246)
A Universidade de São Paulo (USP) apresentou o primeiro laboratório de arqueogenética do Brasil, localizado no Museu de Arqueologia e Etnologia da universidade. As atividades no local vão ser de grande importância para, por exemplo, estudar povos sul-americanos. Antes do Brasil, pesquisas estavam restritas somente aos países mais ricos do Hemisfério Norte.
Batizado de Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva, o local vai ser coordenado pelo pesquisador André Strauss, que para desenvolver a ideia, teve apoio financeiro de R$ 2 milhões de reais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O local vai contar ainda com o apoio do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, localizado na Alemanha.
Os trabalhos devem começar ainda no primeiro semestre de 2023, já que é esperada a chegada de reagentes fundamentais para extração do material genético. A ideia também é atuar em quatro linhas diferentes de pesquisa.
Com a chegada de laboratórios de biologia molecular, técnicas mais eficientes e com menor custo foram desenvolvidas e se tornaram mais populares, o que levou aos cientistas a descobertas importantes, como a constatação de que humanos modernos (Homo sapiens) levem uma porcentagem que varia de 3% a 5% do DNA dos neandertais no próprio material genético.
Foi assim que uma espécie humana diferente foi descoberta, o homem de Denisova, conhecido pela sequência genética tirada de um fragmento de dedo achado na Sibéria, no ano de 2010.
As análises são feitas com os materiais sendo fotografados e reconstruídos em 3D, por intermédio de um equipamento de tomografia computadorizada, já que a extração do DNA de organismos antigos, sem que se preserve os tecidos moles, é realizada da destruição dos ossos. Daí se gera uma espécie de pó, que é passado por inúmeros procedimentos, até que se obtenha o material genético.
Os principais fragmentos utilizados nos estudos de arqueogenética são o osso petroso (que forma parte do osso temporal, o que inclui o ouvido interno), dentes e, com menor frequência, ossos longos e do calcâneo (tornozelo).