INDEPENDÊNCIA
Academias baianas defendem reconhecimento nacional do 2 de Julho
No dia 1º de julho, a programação será no Salão Nobre da reitoria da Ufba
Por Miriam Hermes
A Academia de Letras da Bahia (ALB) reúne hoje, além de escritores e intelectuais da capital, representantes de 33 academias de letras do interior do estado e da Casa do Poeta de Alagoinhas (Caspal), organizadas pela Rede de Integração das Academias de Letras da Bahia (Rica).
A programação faz parte do movimento cultural que visa o reconhecimento do 2 de julho como Independência do Brasil.
Com início às 19h, o evento tem, entre outras participações, a Orquestra Sisaleira de Conceição do Coité, sob a regência do maestro Josevaldo Nin, e uma conferência com o brasilianista Hendrik Kraay, professor e pesquisador do departamento de História da University of Calgary, Canadá.
Estudioso da história do Brasil, Kraay vai discorrer sobre o tema A festa negra: escravizados, africanos e afrodescendentes na comemoração do 2 de Julho, 1824-1888. Entre outras obras, ele escreveu Bahia's Independence: Popular Politics and Patriotic Festival in Salvador, Brazil, 1824-1900, publicada em 2019.
Segundo o presidente da ALB, professor e escritor Ordep Serra, a conferência com Hendrik Kraay abordará as lutas “que há 200 anos culminaram com a afirmação da independência do Brasil, graças à vitória festejada no Dois de Julho”.
Ordep salientou ainda a participação inédita das academias do interior no evento dos 200 anos da independência e a importância deste momento histórico. "Os acadêmicos baianos afirmam seu compromisso com os ideais de liberdade e democracia que inspiraram os heróis e os levaram ao triunfo na grande efeméride", ressaltou.
Membro da ALB e das academias de Ilhéus e Itabuna, o professor e escritor Aleilton Fonseca também pontuou que a presença das academias da Bahia “tem um grande significado cultural. O evento reúne acadêmicos e intelectuais de todas as regiões em torno da maior celebração histórica da Bahia. As letras baianas se fazem presentes, congratulando-se unidas com nossa cultura e nossa memória”.
Fonseca, que fez a proposição de agregar as academias baianas em rede, coordena a Rica dentro da ALB com apoio da uma equipe composta por Maribel Barreto (ALJ - Jequié), Valmir Henrique de Araújo (ACL - Conquista). J C. Vaz (ALER - Recôncavo) e Mariangela Borba (ACL - Conquista).
Em trabalho conjunto entre a ALB e a Rica, ainda em junho foram publicados outdoors em diversos pontos de Salvador com a imagem da Índia, em foto de Everaldo Oliveira e a frase emblemática do poeta Ladislau Titara (1801-1861), parte do hino ao Dois de julho: ‘Com tiranos não combinam brasileiros corações’. A proposta é reafirmar a importância da luta do povo para a independência do Brasil.
Ainda dentro da programação alusiva ao 02 de Julho, amanhã (30), às 17h, será aberta a exposição de artes plásticas Independência do Brasil na Bahia, 1823-2023, na Galeria Cañizares/Ufba. Uma parceria entre a ALB e a Escola de Belas Artes da Ufba que conta com cerca de 50 obras e pode ser visitada até 30 de julho.
No dia 1º de julho, a programação será no Salão Nobre da reitoria da Ufba, com o seminário Dois de julho das Mulheres: Liderança Feminina nas Ciências.
Realizado pela Academia de Ciências da Bahia, o evento começa às 10h30 e terá a participação da ministra da Saúde, Nisia Lima, da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader.
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