CADERNO 2
Com Margareth e Majur, Orquestra se apresenta no Parque da Cidade
Orquestra Sinfônica Heliópolis faz concerto neste domingo, às 17h
Por Lila Sousa*
Cultura, diversão e momentos especiais para serem vividos em família ou com amigos, é desta forma que a Unilever tem festejado o seu aniversário nos últimos anos. A 2ª edição do projeto Unilever Sons do Brasil começa amanhã em Salvador com apresentação da Orquestra Sinfônica Heliópolis, sob a regência de Edilson Ventureli, e participações especiais de Margareth Menezes e Majur, que interpretam seus sucessos pela primeira vez ao lado da orquestra. O show, gratuito e ao ar livre, acontece às 17h no Parque da Cidade.
O Ministério do Turismo e Secretaria Especial da Cultura, junto à Unilever Brasil, promove o projeto após dois anos da última edição; o evento foi adiado em 2020 e 2021 por conta da pandemia da Covid-19. “Estamos muito felizes com a volta do Unilever Sons do Brasil. É um projeto muito importante para a companhia, que leva emoção e alegria para o público, além de promover a democratização da cultura que tanto acreditamos. É um momento de reencontro da marca com o seu público, uma nova conexão que alia a excelência da música brasileira, de forma gratuita e acessível”, afirma Suelma Rosa, Head de Reputação e Assuntos Corporativos da Unilever.
O Unilever Sons do Brasil é realizado em parques, praças e praias, misturando a música erudita tocada pela Orquestra Sinfônica Heliópolis com a música popular de diferentes nomes consagrados da música brasileira. O primeiro show aconteceu em 2019 no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, com Os Paralamas do Sucesso como convidados, reunindo cerca de 20 mil pessoas. O evento já passou pela cidade do Rio de Janeiro, com a participação de Frejat; em Recife com Elba Ramalho e Geraldo Azevedo; e em Belo Horizonte com o sambista Diogo Nogueira. A produção dos shows é da Divina Comédia.
A abertura fica por conta da Orquestra Sisaleira, um grupo musical criado em 2018, formado por adolescentes e jovens que fazem parte do projeto Som do Sisal – uma ação sustentável, socioeconômica e cultural no semiárido baiano que, de forma criativa, utiliza os resíduos da cadeia produtiva do sisal e transforma em instrumentos musicais a madeira gerada a partir do escape floral da planta. O instrumento criado por eles é inspirado na viola de buriti, produzida por artesãos do Vale do Jalapão.
Democratizando a cultura
A Orquestra Sinfônica Heliópolis (OSH), do Instituto Baccarelli, é a primeira orquestra sinfônica formada em uma favela. A Orquestra já tocou ao lado de grandes nomes da música nacional e internacional, não só do erudito, mas também da música popular, como Milton Nascimento, Wilson Simoninha, João Bosco, Fafá de Belém, Samuel Rosa, Mike Patton, Luciana Mello, Péricles, Mano Brown, Criolo, entre outros.
Para o maestro Edilson Ventureli, participar do Unilever Sons do Brasil é extremamente gratificante para o Instituto Baccarelli. “Nós trabalhamos com transformação e inclusão social e, em Heliópolis, a ferramenta utilizada para essa missão é a música. Uma experiência como essa traz outras visões e perspectivas de futuro para os integrantes da orquestra, principalmente para as crianças e jovens atendidos na favela de Heliópolis que passam a sonhar em fazer parte do grupo artístico um dia”, explica.
Ventureli complementa que iniciativas como essa proporcionam, por exemplo, a primeira viagem de avião de alguns e por mais cotidiano que isso possa parecer para outros, o impacto que tem na auto estima dos alunos é imenso. Além de proporcionar importantes encontros musicais, mostrando que a música erudita também é para todos, sendo a cultura um direito de todos. “Fazer parte desse momento é de uma felicidade sem tamanho por ver nossa inclusão sendo expandida para outras cidades e estados, graças a projetos tão grandiosos e importantes como esse”, argumenta o maestro.
Esse é um momento muito especial para Margareth Menezes: o encontro com a primeira orquestra sinfônica do mundo que foi criada numa comunidade, reconhecida no mundo inteiro e regida por grandes maestros. “É um momento onde a gente festeja realmente esse encontro, mostrando que a arte, a cultura, a música traz outras oportunidades pra jovens, principalmente, descobrindo novos talentos. Tudo isso é muito importante para a memória e para trazer a música erudita para dentro das comunidades. Trabalhos como esse desenvolvidos pela Orquestra de Heliópolis são primorosos e necessários, por isso, estou muito feliz”, admite a artista.
Majur conhece essa experiência de perto. A artista participou do coro da Orquestra Sinfônica da Juventude de Salvador dos 5 aos 14 anos. “Esse momento vai ser extremamente emocionante, não sei nem como vou conseguir ficar em pé sabendo que vou estar cantando e revivendo tanta história e tanta coisa significativa na minha vida, principalmente na música”, ressalta a cantora.
Pluralidade musical
“É incrível como o projeto vem para quebrar barreiras musicais e culturais. Assim como acreditamos no Instituto Baccarelli, música é para todos e é uma ferramenta potente de transformação social. Nós acreditamos que a música, a cultura, a arte, são essenciais e precisam estar disponíveis para toda a população, sem restrições”, é o que defende o maestro Edilson Ventureli ao falar da musicalidade que estará presente no Parque da Cidade.
O maestro complementa ao dizer que o concerto permite que todos conheçam e se aproximem de um espaço que é fortemente estereotipado como exclusivo e elitista.
“Acredito que aproximar a população de uma orquestra, formada em uma favela, é apresentar um novo mundo no qual eles também podem fazer parte se eles quiserem”, acrescenta.
Ventureli garante que será um encontro épico. “Vai ser a reunião do erudito da Orquestra Sinfônica Heliópolis com o carisma da música baiana, representado por dois importantes nomes da música brasileira. O repertório está repleto de estilos musicais, com Margareth trazendo seu pioneirismo da identidade do afropop, e Majur com toda sua pluralidade musical. O público pode esperar muita energia boa em um momento muito valioso para a nossa cultura”.
A diversidade do povo brasileiro, e as imensas influências de tanta culturas diferentes que se misturam e geram a identidade da cultura brasileira, são motivos de celebração para Margareth Menezes. “Esses momentos onde a gente pode apreciar esse encontro da música erudita com a música popular, em um movimento de festejar a diversidade cultural do Brasil e os talentos dos jovens que recebem essa grande oportunidade de aprender os instrumentos, de transitar com a música, estudar mais profundamente a música, é muito bonito”, afirma a cantora.
Majur está se preparando para uma entrega de excelência no retorno a Salvador, ao lado da sua referência no AfroPop Brasileiro e junto com Orquestra sinfônica Heliópolis. “Vai ser sensacional, ainda mais no Parque da Cidade, eu já fui quando era criança e hoje posso voltar me apresentando no lugar que já vi tantas apresentações de skate, música, feiras, festivais… Então vai ser extremamente emocionante. Minhas músicas são bastante influenciadas pelo som e pela poesia de Margareth. Pensei em colocar músicas que a gente fizesse esse encontro e que as duas tivessem falando a mesma língua, no mesmo tom”, conclui.
*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
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