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16/08/2022 às 6:00 | Autor: Daniel Farias

CADERNO 2

Décio Torres é o mais novo imortal da Academia de Letras da Bahia

Escritor baiano ocupa a cadeira que pertencia ao professor Cid Teixeira

Décio é autor de livros de poesia, ficção, ensaios e  trabalhos acadêmicos
Décio é autor de livros de poesia, ficção, ensaios e trabalhos acadêmicos -

As últimas semanas do escritor e professor baiano Décio Torres Cruz foram intensas. Na semana passada, preparava-se para o lançamento do seu livro de contos Histórias Roubadas (Editora Penalux), quando foi eleito, na quinta-feira, 11, o mais novo imortal da Academia de Letras da Bahia (ALB), com 24 votos, para ocupar a cadeira 19 que pertenceu ao historiador e professor Cid Teixeira.

"Para mim, é uma honra fazer parte de tão prestigiosa academia, fundada em 1917, por onde já passaram diversos nomes ilustres e que hoje abriga pessoas por quem nutro uma grande admiração e respeito. E fico mais honrado ainda por estar sucedendo a cadeira antes ocupada pelo grandioso historiador Cid Teixeira”, conta Décio.

Com a eleição na Academia de Letras da Bahia, o evento de lançamento do livro, que ocorreu no Cinema do Museu, no Corredor da Vitória, ganhou mais um grande motivo para celebração.

"Fazer parte de uma academia de letras que representa a literatura, a arte, a história e a cultura de um estado é um grande prestígio para qualquer pessoa, e é também uma grande responsabilidade”, afirma Décio.

Trajetória

Segundo Aleilton Fonseca, escritor e também membro da ALB, o trabalho de Décio vem chamando a atenção desde os primeiros livros de ensaios mais relacionados à trajetória acadêmica.

“Sua poesia e sua ficção revelam um escritor criativo, maduro, produtivo e à altura dos melhores autores atuais. Sua eleição para a ALB é justa, pois sua contribuição literária tem muita qualidade e valoriza a cultura baiana”, diz Aleilton.

A relação de Décio com a escrita começou cedo. Ele morou, nos primeiros anos de vida, em Sátiro Dias, município onde nasceu, no interior da Bahia. Mudou, junto com os pais, para Alagoinhas, cidade maior e com melhores possibilidades de estudo e formação. Na adolescência, já escrevia poemas e histórias que acabaram se perdendo junto com seus cadernos escolares.

Anos depois, Décio entrou para o Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, onde se formou e fez mestrado. Lá produzia literatura e trabalhos acadêmicos. Em seguida, retornou para a Ufba já como professor do Instituto de Letras.

"Quando passei a ensinar na universidade, por exigência da própria profissão, passei a me dedicar mais à publicação de textos teóricos e didáticos do que ficcionais. Só depois que me aposentei, passei a me dedicar mais à escrita criativa, mas não abandonei minha escrita ensaística e teórica”, detalha Cruz.

Entre livros de ficção, poesia e ensaios, Décio tem mais de dez publicações, algumas traduzidas em vários países. Além disso, a diversidade é uma forte característica do seu trabalho. Cultura pop, literatura pós-colonial, cinema, inglês instrumental, mídia e outros temas permeiam sua produção.

Entre prosa e poesia

O seu penúltimo lançamento foi Paisagens Interiores (Patuá), de 2021, com poesias que atravessam momentos distintos da vida do escritor. Conta com poemas escritos quando fazia graduação até textos mais recentes. O livro foi selecionado para fazer parte da série da Federação Internacional de Letras e Literaturas Modernas (FILLM), da Unesco.

“É um livro excelente, com um lirismo muito forte e uma linguagem muito bem elaborada”, afirma o escritor Aleilton Fonseca.

Décio explica que, quando terminou Paisagens Interiores, já tinha o livro de contos praticamente pronto. Adiou o lançamento dele apenas para que um livro "não atrapalhasse a vida do outro”.

Até que chegou o melhor momento e Histórias Roubadas foi lançado. O livro reúne 22 contos que passeiam por diferentes temas, tendo como fio condutor a ideia de "roubo de histórias", tanto no sentido real, como ocorre no conto de abertura do livro, quanto de modo metafórico ou mesmo das memórias de histórias vividas, lidas e ouvidas ao longo da vida.

O primeiro conto (O ladrão de histórias) narra a trajetória de um escritor que se torna profissional e conquista muito sucesso roubando histórias.

"Gosto de variar temas, tanto de pesquisa, estudos, leituras quanto na minha escrita. O mundo é plural e devemos ter isso em mente como pessoa e escritor. Nada existe de forma estanque, tudo se relaciona e possui uma interdependência. Como professor e estudante, também sempre tive essa pluralidade em mente”, diz Décio.

Os contos do livro foram escritos, em sua grande maioria, durante o período de isolamento social, a fase mais difícil da pandemia. Alguns poucos, antes, e outros, depois dessa fase. Em meio ao isolamento, Décio abriu as possibilidades de imaginação para construir ambientes variados e cenários em diferentes cidades brasileiras no livro.

O mesmo ocorreu em relação aos temas, que passam por relações familiares e descobertas adolescentes (A avó do Wesley e O caso do psicólogo) às questões filosóficas e existenciais (Estradas possíveis e as trilhas não percorridas), além de percursos poéticos e políticos com doses certeiras de ironia e humor.

"Na verdade, tudo é motivo para a criação literária, não tenho um tema específico, tudo atrai nossa atenção para a escrita. Mas determinados temas nos movem há séculos, como vida e morte, amor, paixão e ódio, encontros, desencontros e perdas, a busca do belo ou de significados para nossa existência, e daí por diante. E, claro, mistério e humor, pois a vida também deles se constitui”, conta.

Com o motivo duplo para comemorar, o livro lançado e eleição na ALB, Décio Torres já reflete sobre a sua presença na Academia de Letras da Bahia daqui para frente.

"Participar da Academia implica assumir compromissos que incentivem a preservação e a disseminação da literatura, da cultura, da leitura e do conhecimento. Espero poder dar a minha contribuição para este fim. Dela fazer parte significa um reconhecimento de minha trajetória como escritor e professor de literatura que sempre contribuiu para a difusão da leitura e do conhecimento”, completa.

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