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CINEMA

Festival Cine Horror retorna para sua quinta edição em Salvador

Mostra ocorre no Instituto Cervantes, exibindo 37 produções dos mais diversos subgêneros em sessões gratuitas

Por Tiago Freire*

14/11/2022 - 6:00 h
No filme brasileiro Fórmula Selvagem, um presidente genocida força cidadãos a participar de uma corrida mortal com seus carros
No filme brasileiro Fórmula Selvagem, um presidente genocida força cidadãos a participar de uma corrida mortal com seus carros -

Um mês após um “tira-gosto” com dois filmes, a mostra Cine Horror retorna nesta quinta-feira (17) ao Instituto Cervantes para a sua sétima edição. O festival busca explorar e divulgar não só o horror, mas também o suspense, o trash, fantasia, ficção-científica, thrillers e muito mais.

Sua primeira edição ocorreu em outubro de 2016, na RV Cultura e Arte, galeria de arte e livraria no bairro do Rio Vermelho, com quatro dias de exibição. Em 2017 o projeto foi abraçado pela DIMAS – Diretoria de Audiovisual, órgão da FUNCEB (Fundação Cultural do Estado da Bahia), tendo a sala de cinema Walter da Silveira, localizada no centro da cidade, como mais um local de exibição, permitindo a ampliação da mostra, com exibições nos dois espaços. Neste ano, o evento foi acolhido pelo Instituto Cervantes.

A quinta edição marca o retorno do festival ao presencial, após dois anos online por conta da pandemia. Neste ano, a programação será mais enxuta, focando mais na exibição de filmes e curtas, buscando primeiro trabalhar com o novo e maior espaço que o Instituto Cervantes oferece.

Filmes e curadoria

Focado em trazer filmes do mundo inteiro, o festival abre inscrições para que cineastas de qualquer país possam tentar enviar seus trabalhos.

Após esse período, foram avaliados e selecionados as películas que estarão presentes no festival. Ao total, serão mais de 30 peças exibidas, entre curtas e longas-metragens, tanto nacionais, quanto internacionais.

“Sempre recebemos filmes de diversas partes do mundo, alguns falados em inglês, mesmo que a língua do país não seja a inglesa. Mas a grande parte do material que recebemos, geralmente não é de países onde a língua materna é o inglês, o que é bem interessante”, relata Val Oliveira, fundador e um dos curadores do festival. “Já recebemos filmes dos países do continente americano, Ásia e Europa. É bem curioso como em todos os anos sempre chega algum curta ou longa de lugares como Irã, Filipinas, Índia, Israel, Sérvia, Turquia etc”, acrescenta.

Apesar do nome, o festival não se limita apenas aos filmes de subgêneros mais populares, como slashers ou de monstros. Com a curadoria, o festival apresenta uma gama de filmes que apresentam variedade para todos os gostos, até mesmo para aqueles que não são grandes fãs do gênero.

“Os filmes são selecionados pelo gênero fantástico, não há um foco em subgêneros como slasher, gore ou splatter, que podem não agradar todos. Já selecionamos filmes que não eram horror, mas tinham elementos fantásticos, flertando até mesmo com a fantasia. Sem falar dos filmes de gênero policial e suspense psicológico, que também estão presentes”, detalha Val.

Expandindo o público

Apesar de ser um dos gêneros mais antigos no cinema, o horror ainda enfrenta uma grande resistência do público geral. Uma das expectativas com o festival é não só promover novos filmes do gênero para quem já é fã, mas servir como uma porta de entrada para quem não é familiarizado.

“Infelizmente, terror é cinema de nicho e sofre muito preconceito, principalmente o cinema mais extremo e independente. Muita gente também é presa aos filmes que chegam ao cinema e streaming, ignorando uma produção riquíssima que existe no Brasil, inclusive alguns filmes e curtas que superam produções badaladas. Mas aos poucos vamos mudando essa visão”, acredita o curador.

“O horror é um dos gêneros mais antigos do cinema, e mesmo assim sofre preconceito, mesmo tendo milhões de fãs. No nosso caso, gostamos do gênero e nosso público também. O evento foi criado para difundir o gênero fantástico, e gerar novos fãs e adeptos. Já houve casos de quem pensava que a gente ia só exibir medalhões do gênero, ou filmes da moda. Sempre procuramos surpreender”, conclui Val.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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