CADERNO 2
Festival Internacional de Artistas de Rua movimenta cena baiana
Evento comemora 20 anos e acontece até domingo

Por Eugênio Afonso

Com participação da cantora mato-grossense Tetê Espíndola, 68, o Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia celebra 20 anos e será realizado de forma híbrida – presencial e virtual –, desta sexta a domingo (20 a 22 de maio), das 17h às 21h, na Fábrica Cultural – Mercado IAÔ (Ribeira, Cidade Baixa).
As transmissões online ocorrem através do canal Festival de Rua, no YouTube, e todas as apresentações, presenciais ou não, serão gratuitas e abertas ao público. Artistas de cinco países participam do encontro: Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Uruguai.
“A ideia é levar arte de qualidade e acessível ao público sem cobrança de ingresso. Serão espetáculos plurais para toda a família. Será aceito público de zero a 80 anos”, comemora Selma Santos, atriz, produtora e diretora geral do festival, que conta também com direção artística e curadoria da artista musical Pauline Zoe.
E depois de dois anos parado em função da pandemia do novo coronavírus, o festival volta a estar em contato direto com o público. A programação completa, com detalhes sobre dias, horários e locais, pode ser conhecida no endereço eletrônico festivalderua.com.
Para Selma, esta volta significa a possibilidade do artista poder ‘passar o chapéu’, uma marca característica do espetáculo de rua. “Na verdade, o festival continuou online em 2021 e foi um desafio, mas conseguimos realizar de forma satisfatória e tivemos uma média de mil pessoas por dia assistindo. Realizá-lo agora com a possibilidade de participação do público ao vivo significa retomada, troca entre artista e público. É uma alegria muito grande”.
Cardápio diversificado
Além da cantora e compositora Tetê Espíndola, o festival também vai contar com a presença da cantora paraense radicada na Bahia Cláudia Cunha, do cantor e compositor baiano Luciano Salvador Bahia, da baiana Wil Carvalho e da sambista Juliana Ribeiro, dentre outros.
Tem ainda artistas de circo, teatro, dança e artes plásticas, sem falar na oficina Expressão e Arte de Rua & Ritmos Percussivos, ministrada pelo ator Luís Bandeira e pelo percussionista Dainho Xequerê, que abre o festival. São três dias em que a capital baiana fica ocupada por atividades artísticas que fomentam e movimentam a cena cultural local.
De acordo com Selminha, o grande destaque da programação é a própria diversidade de atrações. “Mas vou citar alguns. Tetê Espíndola, que vem do Mato Grosso do Sul e retorna ao festival depois de 15 anos. Esse é o primeiro show presencial que ela fará depois da pandemia. Quero destacar também a participação dos baianos Luciano Bahia com as cantoras Cláudia Cunha, Juliana Ribeiro e Wil Carvalho, que farão uma homenagem ao nosso agora imortal Gilberto Gil. Da Argentina virão a Cia. Tu Madeixa com o seu teatro de marionetes, Sabastian Godoy, com Yo-Yo, artistas do Chile, como Alexis Ayla e seu número de acrobacias e Circo Pelligro, da Colômbia. Enfim, a programação está recheada de belíssimos espetáculos e para mim todos eles são destaques”.
Para a argentina Painé Santamaria, que se apresenta com a performance circense A Louca das Frutas, a importância do festival está na itinerância de poder se movimentar por diversos lugares. “É uma forma de trocar, compartilhar nossos conhecimentos, nossas artes. O melhor de tudo é que é na rua, o palco mais democrático que existe”.
Outra artista que participa do festival é Júlia Barnabé, da companhia paulista Tu Mateixa Marionetes, com o espetáculo Gabinete de Curiosidades. “São 14 marionetes em cena em um espetáculo que fala sobre a passagem do tempo dentro das engrenagens de um relógio”, informa Barnabé.
Júlia acredita ainda que o teatro e as artes de rua, em geral, são agregadoras e fazem sentido quando artistas e público se encontram para compartilhar momentos especiais. “Então, essa retomada volta com força e tem uma importância muito grande, pois encontrar com o público é um respiro, um abraço. A gente quer continuar encantando corações”.
Estrada
Em 20 anos de realizações, o festival já trouxe para as vias da capital baiana atrações dos cinco continentes. Ele nasceu do encontro entre a produtora cultural baiana Selma Santos e o artista de rua, músico e diretor artístico alemão Bernard M. Snyder, e teve o seu início no extinto Aeroclube Plaza Show (praia de Armação).
“O balanço que faço é de um bom trabalho realizado com o apoio da equipe, dos parceiros, dos fornecedores, que tiveram a sensibilidade de nos apoiar, mesmo com o orçamento apertado. A minha sensação é a de dever cumprido, com todo o carinho que tenho pelo projeto e pelo público da Bahia”, conclui Selminha.
O Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia, através do Edital Eventos Calendarizados, tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
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