Gal Gadot faz cinema de ação com pancadaria e carisma em Agente Stone | A TARDE
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Gal Gadot faz cinema de ação com pancadaria e carisma em Agente Stone

No Brasil, atriz israelense, Jamie Dornan e Alia Bhatt conversaram com A TARDE

Publicado segunda-feira, 07 de agosto de 2023 às 06:10 h | Autor: João Paulo Barreto | Especial A TARDE*
Filme estreia nesta sexta, 11, na Netflix
Filme estreia nesta sexta, 11, na Netflix -

Adentrando pelo terreno dos filmes de espionagem, Agente Stone, novo trabalho de Gal Gadot como protagonista, capta alguns dos principais elementos desse gênero que, desde Mata Hari (1931), clássico com Greta Garbo, passando por Nikita (1990), de Luc Besson, e chegando ao (violentíssimo e ótimo) Atômica, longa de 2017 com Chalize Theron, para citar apenas três, desenvolvem com propriedade personagens femininas dentro de um gênero cujos principais expoentes são homens.

Basta observar as quase hegemônicas franquias de sucesso como a série 007, Missão: Impossível ou Jason Bourne, para notar que a presença de protagonistas mulheres dentro desse estilo frenético de ação cinematográfica, apesar de não ser mais uma novidade, acaba se destacando em termos midiáticos quando produções neste estilo são anunciadas no mercado. 

E este é justamente o caso desse Heart of Stone, nome original da produção que remete ao "coração", espécie de inteligência artificial controlada pelo A Carta (ou "charter"), grupo de agentes do qual Rachel Stone (Gadot) faz parte.

Literalmente capaz de alterar mercados financeiros ou causar panes sistêmicas em aeronaves inimigas, a tecnologia de origem militar, se cair em mãos erradas, pode causar um estrago considerável. Adivinha, então, o que acontece? Pois é. Caberá, então, à agente Stone do título nacional encarar os inesperados vilões que desafiam a hegemonia de seu grupo de agentes que não responde a país algum.

Em visita a São Paulo no mês de junho, a atriz, famosa por dar vida à Mulher Maravilha, conversou, ao lado dos atores Jamie Dornan e Alia Bhatt, com veículos de diversos estados, incluindo o Jornal A TARDE.

Na ocasião, Gadot, esbanjando beleza e carisma, pôde aprofundar a relação da sua personagem dentro desse universo da ação e como o poder feminino se destaca nessa criação. "Sinto-me muito grata e abençoada por ter essa oportunidade de interpretar um papel assim. Eu tenho três filhas e acho que é muito importante para elas se verem sendo representadas na tela grande e na TV em personagens que são tão poderosas, independentes e inteligentes", comentou Gadot quando arguida sobre essa posição de destaque na representação feminina no cinema de ação.

Quando lembrada que, no passado, o espaço de destaque eram para os brucutus, brincou entre belos sorrisos: “Obviamente, eu tenho menos músculos que Schwarzenegger ou Stallone, mas fazemos de uma forma diferente sendo mulheres, e eu adorei. Acho que foi muito, muito importante".

Heroína falível

Com roteiro co-escrito pela indicada ao Oscar Allison Schroeder, junto a um grande nome dos quadrinhos, Greg Rucka (Whiteout), Agente Stone cria sequências de ação bem engendradas dentro de uma proposta de espetáculo visual. Para um filme que, infelizmente, será visto por boa parte de seu público através de telas de celular e computador (duas das formas que boa parte dos assinantes de streaming consomem cinema), a produção capta bem a ideia de colocar Gadot não como a invulnerável heroína que lhe deu fama mundial, mas como alguém capaz de pagar fisicamente um preço alto nos desafios explosivos a que se propõe.

A atriz comentou sobre essa vulnerabilidade de sua protagonista e como esse aspecto do roteiro, dentre outros, a atraíram para a personagem . "O que sempre dá certo comigo é que, primeiramente, eu quero garantir que o roteiro seja algo que me empolgue, e a personagem é daquele tipo que, sabe, quando eu li as cenas, pensei: 'quero interpretar isso agora!' Porque, com esse filme, eu estava envolvida desde o começo. (Gadot é uma das produtoras). Eu li todas as diferentes versões preliminares do roteiro. Sabia desde o começo que o que eu queria focar aqui não era apenas mostrar uma pessoa forte  e capaz, que consegue achar as saídas para situações, mas alguém com imperfeições. Não ligo muito para personagens que são fortes, se viram sozinhas e sabem o que estão fazendo. Eu me vejo bem mais fascinada quando a personagem perde aquela segurança, quando elas têm desafios diferentes. E isso era algo realmente importante para mim em relação a Rachel Stone", explica a atriz.  

Obviamente, tenho menos músculos que Schwarzenegger, então fazemos de forma diferente Gal Gadot, atriz
  

Feminismo no DNA

No papel do misterioso Parker, Jamie Dornan traz uma presença bem de acordo com a fisicalidade notória de personagens masculinos em filmes de espionagem, principalmente quando o citado Bourne e o Bond de Daniel Craig elevaram esse patamar de ação. Conhecido mundialmente pela trilogia de filmes Cinquenta Tons de Cinza, o ator irlandês pôde demonstrar mais talento sob a batuta de Kenneth Branagh em Belfast (2021).

Sobre poder encontrar-se em diferentes papéis, Dornan definiu ao A TARDE como sendo uma sorte para um ator poder escolher entre diversos trabalhos, e poder colocar um pouco de si mesmo nos personagens. “Acho que, como ator, você tem que ter sorte o bastante para poder escolher em sua carreira, para poder experimentar diversas coisas em diferentes gêneros e mundos. É sempre uma questão de encontrar algo que te empolgue e te desafie de uma forma que não tenha desafiado antes", comemora o ator, que salienta pontos de sua construção nos papéis.

“Provavelmente, haverá elementos de outros personagens que você interpretou que talvez surjam, porque você é o mesmo cara interpretando esses personagens, sabe? Você coloca sempre um pouco de si mesmo em cada personagem que você interpreta. Mas espero que haja oportunidades contínuas de explorar mundos em papéis que lhe façam se sentir um pouco desconfortável. Mas eu estou empolgado pela possibilidade de trazer algo assim à vida”, salienta Jamie Dornan.

Em sequências violentas de luta e fugas a partir de paraquedas guiados por cima de desfiladeiros, a presença de Rachel Stone em cena dá a Gal Gadot uma oportunidade de criação de momentos mais calcados em situações críveis, mesmo se tratando de cenas fantásticas dentro da proposta do filme. A comparação com sua personagem anterior se faz inevitável. "A Mulher Maravilha é todo um diferente universo. É um nome que pertence a um universo particular. É a versão feminina do Superman que todo mundo em todos os lugares conhece. Ela uma semideusa, imortal, a guerreira mais forte que já existiu. Então, é algo que não é real. É ficção. O que nós tentamos fazer com Rachel Stone nesse filme foi, realmente, contar uma história de uma forma mais pé no chão, mesmo nas cenas de ação. Procuramos criar sequências de ação de uma forma que, cientificamente, seres humanos podem fazer algo do tipo. Tudo que vemos é algo possível, é tudo real”, afirma a atriz.

Claro que nisso é preciso aplicar a conhecida suspensão da descrença, mas nada que tire a credibilidade. “Alguém do público pode perceber a dor que ela sente quando ela é golpeada, e isso é algo que você não tem com a Mulher Maravilha. Para mim, ambas são personagens femininas muito fortes. Acho que o feminismo está no DNA do personagem apenas pelo simples fato de que eu sou uma mulher. Não é algo que nós buscamos esfregar na cara da audiência", finaliza Gadot.

Obviamente, tenho menos músculos que Schwarzenegger, então fazemos de forma diferente Gal Gadot, atriz
  

Agente Stone (Heart of Stone) / Dir.: Tom Harper / Com Gal Gadot, Jamie Dornan, Alia Bhatt, Matthias Schweighöfer, Sophie Okonedo / Estreia: sexta, 11/08, na Netflix

*O jornalista viajou a convite da Netflix

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