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LITERATURA

Gilvan Ribeiro lança romance histórico sobre a Revolta dos Malês

Lançamento ocorre nesta segunda-feira, 18h30, na Casa do Olodum

Por Elis Freire*

04/11/2023 - 8:00 h
Obra é, segundo o autor, mais um instrumento de conscientização na luta antirracista
Obra é, segundo o autor, mais um instrumento de conscientização na luta antirracista -

"Malês: A Revolta dos Escravizados na Bahia e seu Legado" é o nome da obra escrita pelo renomado jornalista Gilvan Ribeiro, a partir de uma ampla pesquisa em arquivos e nas ruas de Salvador.

O livro de ficção histórica será lançado nesta segunda-feira às 18h30 na Casa do Olodum, no Pelourinho. Com um olhar do jornalismo literário, o autor resgata um importante episódio da história que influenciou a luta da população negra no Brasil.

O livro conta com orelha de Muniz Sodré – sociólogo e professor da UFRJ – prefácio do ativista antirracista Juarez Xavier e participação de mais outros cinco pesquisadores negros para dar voz à revolta protagonista por africanos escravizados na capital baiana.

Malês: A revolta dos escravizados na Bahia é, segundo o autor, mais um instrumento de conscientização na luta antirracista.

“Malês é uma forma de buscar celebrar a transformação que temos hoje a partir da luta do movimento negro. Eu escolhi meu lado e espero que o livro faça com que os leitores também escolham seu. A Revolta dos Malês de alguma forma saiu vitoriosa, porque os heróis negros estão vivos nos seus descedentes como uma inspiração de luta. O passado e o presente estão ligados: a Revolta de Malês é um dos episódios de um processo histórico em curso”, ressalta Gildan Ribeiro.

Conhecimento é poder

Na Salvador de 1835, a revolta dos malês liderada pela heroína Luiza Mahin teve como diferencial a união de escravizados muçulmanos letrados em árabe em busca de tomar o poder. Difundir conhecimento sobre esse momento histórico, descoberto já na fase adulta pelo autor, foi o principal objetivo do livro que será lançado pela editora Planeta.

“Eu conheci muito tardiamente a Revolta dos Malês. Não estudei na escola, foi uma informação que me foi sonegada. Fiquei sabendo ao ler o livro Um Defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves. Fiquei encantado com a história, mas também perplexo pelo Brasil não ter um conhecimento maior sobre esse momento tão importante, com exceção de Salvador”, conta.

Dividido em 18 capítulos, o livro dedica uma parte à líder Luiza Mahin, mãe do célebre poeta, jornalista e advogado abolicionista Luiz Gama. No capítulo final, Gilvan vai além da ficção histórica em uma ponte com os dias de hoje, com a participação de Jurema Werneck, Luana Tolentino, Átila Roque, Gabriel Sampaio, Raimundo Bujão e Zulu Araújo.

Olhar de jornalista

O legado da revolta é fio condutor do último capítulo que discute questões como violência policial e racismo nas escolas.

Na obra, Gilvan usa elementos do jornalismo literário para reconstituir cenas, diálogos e emoções dos personagens, a partir de materiais históricos do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB). Conhecido pela biografia do jornalista esportivo Casagrande, de 2013, e por sua atuação em veículos do país, Gilvan se coloca como um aliado da luta antirracista em nível nacional.

“Eu tenho um empenho na luta antirracista, porque para mim o racismo é o principal problema do brasil. É uma dívida histórica que precisamos pagar e há muitas coisas que precisam ser conquistadas ainda, em relação a violência policial, ao sistema carcerário. É um apartheid não declarado e tudo isso vem das Revoltas dos Malês”, afirma Gilvan.

Durante o evento desta segunda, organizado por Raimundo Bujão, o público poderá conhecer a fundo a pesquisa de Gilvan, realizada na cidade de Salvador durante o ano de 2022, para escrever o livro. Em uma troca com a cidade que foi palco da revolta, Gilvan referencia amigos e pesquisadores baianos que contribuíram com a obra, apelidada Malês.

“O contato com o público é o momento mais bacana e eu me sinto muito acolhido por Salvador. Será um evento descontraído de troca de conhecimento para as pessoas que tenham curiosidade. Espero que as pessoas que gostarem do livro vão atrás de mais informações sobre essa história. Acho muito bacana esse movimento de trazer à tona uma revolta tão importante que, embora não tenha tido êxito, deixou um legado”, comenta.

O encontro na Casa do Olodum, Pelourinho é aberto ao público interessado, com bate papo e exemplares para venda. No dia 13 de novembro, às 19h, o livro será lançado em São Paulo, na Livraria da Vila, com a presença do professor da UNESP e ativista antirracista Juarez Xavier, encarregado do prefácio.

*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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