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VÍDEOS

Ilha de Itaparica recebe gravações de filme "Melodia do Amor"

A TARDE conversou com equipe da produção, que estreia no primeiro semestre de 2024

Por João Paulo Barreto | Especial para A TARDE

04/11/2023 - 7:00 h | Atualizada em 04/11/2023 - 20:55
Produção é uma das atividades trazidas pela Itaparica Film Commission, iniciativa lançada em julho do ano passado
Produção é uma das atividades trazidas pela Itaparica Film Commission, iniciativa lançada em julho do ano passado -

Com direção de Ana Cavazzana e roteiro assinado por ela e Jessica Bastos, Melodia do Amor, filme protagonizado por Carol Marra, Dandara Queiroz e Renato Cavalcanti, e com as participações especiais de Maria Maya, Alexandre Barillari, Carlos Betão, Luciana Souza e Raissa Xâvier, teve suas filmagens realizadas durante o mês de outubro na bela ilha de Itaparica. A locação foi a escolha ideal para se contar a história de uma professora de piano que, saindo de um relacionamento abusivo e violento, começa a lecionar música para um sensível aluno por quem acaba se apaixonando.

O detalhe é que tal pupilo já tem uma namorada. Assim, as relações entre aquelas três pessoas vitimadas por dúvidas e por um amor avassalador se tornam o mote de uma história pulsante que ganhará as telas de cinema em 2024.

A produção é uma das atividades trazidas pela Itaparica Film Commission, iniciativa lançada em julho do ano passado a partir de parcerias promovidas pelas produtoras baianas Vision e Cine Arts que, junto à prefeitura de Itaparica, movimenta com atividades cinematográficas o local comércio hoteleiro, gastronômico, logístico, bem como promove ações educacionais na área do audiovisual dentro da ilha.

Melodia do Amor, sendo um projeto de âmbito nacional e com conhecidos atores, se torna uma concretização de sucesso para a iniciativa do pólo cinematográfico. "Está sendo um privilégio estar aqui", comemora Carol Marra em conversa com A TARDE. "Eu acho que é assim que a gente aprende. E eu tenho aprendido muito com as pessoas que fazem parte dessa equipe aqui em Itaparica. Estamos filmando em um ritmo e em uma estrutura completamente diferente da que estou acostumada a trabalhar. E mais ainda de saber que temos esse pólo que já está tão atuante aqui na Bahia dentro do audiovisual. Poder sair um pouco desse eixo Rio-SP, sabe? Esse filme poderia ser feito em qualquer outro lugar, mas a diretora topou fazer aqui. É um filme com muita entrega", complementa a artista, que falou sobre as gravações no estado, também em um vídeo. Veja:

A diretora Ana Cavazzana confirma como essa opção de trazer para Itaparica ajudou o desenvolvimento do projeto no quesito da produção, além de poder ambientar aqui uma história que tem seu alcance de modo universal. "Eu amo a Bahia. E a minha produtora nesse projeto, a Aline Cléa, está na ilha de Itaparica. Por isso o trouxemos para cá. Mas, ao mesmo tempo, o filme é muito narrativo. Sua linguagem é muito mais fechada. E é um romance. Então, eu quis colocá-lo como algo que pudesse acontecer em um lugar qualquer. E o que eu faço para trazer as pessoas a um lugar que é litorâneo? A minha cena de abertura do filme é um drone que voa sobre o mar. E quando ele chega, eu entro no mundo do filme", pontua ao falar sobre a opção de filmá-lo em P&B. "Eu quis fazer um longa baiano no qual eu mostro um pouco do litoral, e onde a gente consegue fazer todo tipo de filme. No caso, é um romance que eu trago para a ilha. Não é um romance que acontece na ilha, mas é um romance que está inserido na ilha", crava a diretora e co-roteirista.

Inclusão

Sobre o processo de escrita do roteiro, que passou por onze tratamentos até chegar em sua versão final, Cavazzana pontua aspectos importantes em seu desenvolvimento. "Eu, como uma cineasta lésbica e roteirista, gosto muito da inclusão. E esse filme foi algo em que pude fazer isso, também, com a Carol, que é uma mulher trans e a Dandara, que é uma mulher indígena. E eu tenho a Maria Maya, que é uma mulher lésbica. Isso é um elemento muito importante. E isso eu trago muito da narrativa de uma forma totalmente diferente. Eu tenho uma linguagem estética e visual que eu estou tomando para o filme que é justamente cada personagem e cada situação tem um aspecto de enquadramento, de luz. Isso diferencia um pouco", pontua Ana.

A co-roteirista, Jessica Bastos, aborda esse processo de camadas dos personagens para além do trivial. "A ideia original era a de um drama onde se pudesse inserir uma discussão para não ser somente um romance que já estamos acostumados a ver. Algo abordando apenas a questão dos pais que não deixam uma relação acontecer ou algo assim. Seriam vários entraves, camadas e backgrounds dos personagens e mais a questão de discutir a sexualidade deles, também. Eu toco guitarra e, no período inicial da escrita, em 2018, eu passei a admirar o piano como instrumento. Comecei a pensar em um romance envolvendo isso, com a professora ensinando o aluno e tem essa relação meio que de admiração e também o amor ligado naquele clima de música", relembra Jessica.

Equipe completa de Melodia de Amor comemora e registra em foto o fim de mais um dia de gravações na Ilha de Itaparica
Equipe completa de Melodia de Amor comemora e registra em foto o fim de mais um dia de gravações na Ilha de Itaparica | Foto: Silas Fernandes | Divulgação

Sintonia

Durante o papo com o A TARDE, a atriz Carol Marra também falou sobre a importância do que foi dito por Ana Cavazzana em relação ao aspecto da inclusão. Sendo uma mulher trans, Carol frisou o fato de que, em Melodia do Amor, ela interpreta Alice, que é uma mulher cis. "Eu, como atriz, quero viver outros personagens. Quero viver histórias completamente diferentes da minha. Adoro fazer personagens de mulheres trans. Eu acho importante. Temos sempre que bater nessa tecla, reverberar a nossa voz. Eu acho que super importante dizer: 'Oi, estamos aqui. Nos respeite! Também somos pessoas, seres humanos, trabalhamos e pagamos contas.' Então, é importante fazermos esses personagens. Mas eu também acho importante fazer outros que não são trans. Se não eu vou ficar sempre taxada: 'atriz trans só faz papel trans.' Não! Mas, claro, eu vou amar fazer mil papel trans. Quero fazer! Por favor, me chamem! Eu acho que sou uma boa pessoa para representar a comunidade. Mas, eu também quero contar outras histórias diferentes da minha", desabafa Carol.

A oportunidade surgiu a partir do que Carol chamou de presente. "Ana me mandou o roteiro e eu achei a história muito legal. Alice é uma mulher cis, uma pianista. Uma mulher que tem uma elegância natural. Uma pianista estudada, alguém que gosta de arte, mas é uma mulher simples, uma mulher pobre. Ela é casada, sofre violência doméstica de um marido alcoólatra (Alan, vivido por Alexandre Barillari) que a maltrata. Paralelo a isso, ela trabalha em uma escola e dá aulas de piano", conta Carol.

No papel de Alan, Barillari comenta que, na construção do abusivo personagem, ele buscou a lembranças de amigas pessoais que passaram por relações tóxicas e violentas. "Quis o destino que eu tivesse o desprazer de conviver muito proximamente com mulheres que tiveram que sofrer com esse tipo de violência psicológica e física, a ponto de precisar de medidas protetivas e processos", relembra o ator.

"Sobre esse universo de como era a manipulação, de quais eram as estratégias para chegar aos desejos do agressor, isso tudo eu meio que conhecia. Então, eu pude por fim emprestar um pouco dessa vivência para o personagem", explica.

Também ponderando sobre o aspecto da inclusão, Dandara Queiroz, atriz de origem tupi-guarani que interpreta Natalie, falou sobre a sensação de fazer parte de um projeto no qual não necessariamente precise viver uma personagem indígena para se afirmar. "Tem uma atriz indígena no filme, mas não necessariamente estamos abordando essas inclusões de modo expositivo ou me colocando em cena cheia de acessórios indígenas. Não! Por exemplo, no filme, a Carol interpreta uma mulher cis. O fato dela ser uma mulher trans é algo que ninguém está falando. É uma abordagem de inclusão que é muito nova, muito contemporânea. É legal, né?", comemora Dandara.

"Porque não é por eu ser indígena que todo mundo tem que ficar falando o tempo todo que eu sou indígena. Não é porque a Carol é uma mulher trans que todo mundo tem que abordar isso o tempo todo. Eu fico feliz por terem esse cuidado. Por eles nos tratarem como qualquer pessoa. Porque é disso que gostamos. O preconceito é mudar. É tratar a gente diferente. E aí eles fizeram o completo oposto disso. De uma forma, assim: 'qual o problema?'", pondera.

"A Natalie é uma menina muito decidida, muito leve e livre. Ela é a mente de toda a situação do filme. E ela quem toma a iniciativa", continua Dandara. "A principio, ela se apaixona pelo Thomas, e ela já sofre um preconceito por ela ser uma mulher mais velha, que já tem seus 25 anos. O Thomas é um menino de 17 e a família dele já tem esse preconceito com ela. Logo após isso, o Thomas precisa de fazer as aulas, porque ele é um artista, um pianista que quer entrar para um conservatório. Por isso, ele toma aulas com a Alice. A Natalie a conhece a partir desse momento. Ali, ela vive uma coisa que é muito nova na sua vida. Acho que é uma novidade na vida dos três, mas é Natalie que faz aquilo tudo acontecer. "

A terceira pessoa nesse triângulo, Renato Cavalcanti, que vive Thomas, frisa o foco feminino de Melodia do Amor. "O nosso produtor, o Anderson (Soares), sempre diz que esse é um filme de mulheres, e eu não poderia concordar mais com isso. E no sentido que a minha contribuição vem para dar uma base para que elas possam brilhar. Eu fico feliz que elas tenham me recebido tão bem porque eu acho que é uma maneira delas dizerem: 'olha, no que precisarmos de você, a gente confia que você vai entregar', sabe? De poder me dedicar ao Thomas como um personagem único, mas, ao mesmo tempo, sabendo que o brilho do filme nasce dessa interação delas. Essa unicidade vem, também, dessa relação honesta entre nós três", finaliza Renato, que também gravou um vídeo para falar sobre a experiência de gravar na Bahia. Confira:

Melodia do Amor tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2024.

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