INGRESSOS ESGOTADOS
Marisa Monte faz dois dias de show na Concha Acústica
Apresentações da cantoram fazem parte da turnê Portas
Por Chico Castro Jr.
Entre os muitos reencontros pós-pandemia entre público e artista, Marisa Monte certamente deve estar entre os mais aguardados. A cantora e compositora, praticamente uma unanimidade nacional, se apresenta em Salvador amanhã e sábado, com o show da turnê Portas, divulgando o álbum homônimo lançado em julho do ano passado.
Essa é a boa notícia. A má (não para a Marisa) é que quem não se agitou logo vai ter de esperar a próxima passagem da artista pela cidade, já que todos os ingressos (meias e inteiras, plateia e camarote) estão esgotados.
Há outra boa notícia (para quem comprou ingresso): como se trata de um show de reencontro – inclusive esta é a sua primeira turnê solo desde 2012 –, o repertório traz, além das músicas novas, um grande apanhado da carreira de Marisa, incluindo preferidas do público como Beija Eu, Ainda Lembro, Comida, Já Sei Namorar, Eu Sei e Bem Que Se Quis, entre várias outras em um repertório extenso, com mais de trinta canções.
Como não poderia deixar de ser, o momento é de alegria intensa para a artista: “Tem sido emocionante encontrar com tantos amigos, fãs e com o público para celebrar a vida através da música. Arte nos conecta com a criatividade, com o imaginário, a um plano existencial superiormente interessante. Uma porta poética que se abre para intuição, para a beleza, para as lembranças, para os afetos que nos transportam para outros lugares e tempos e nos dá suporte para suportar o insuportável”, conta Marisa, por email.
“Depois de tanto tempo e de uma fase tão cheia de incertezas, nos shows que fiz até agora, encontrei relatos de pessoas saindo pela primeira vez de casa para um evento desde 2020. Isso acrescenta uma emoção diferente, mistura de alegria, alivio e saudade”, nota.
Sobre o repertório estendido (e não tem ninguém aqui reclamando disso, tá), Marisa reflete que é até natural para uma artista com as décadas de estrada que ela já tem: “Hoje eu tenho um repertório muito grande, depois de tantos discos gravados, preciso sempre promover um rodízio de canções. São muitos hits, canções que todo mundo conhece, de alguma maneira elas vão circulando naturalmente entrando e saindo do repertório ao longo dos anos. É uma escolha muito intuitiva que busca promover um equilíbrio interno entre as canções que também dialogam com o momento”.
Banda, visual, afetos
Além de toda a concepção visual deslumbrante assinada por Claudio Torres, Batman Zavareze e a própria Marisa, com destaque para o figurino de Renata Correa, vale chamar atenção para a banda simplesmente espetacular recrutada pela cantora, com músicos de peso histórico como Dadi (baixo, teclado e guitarra), Davi Moraes (guitarras), Pupillo (bateria), Pretinho da Serrinha (percussão, cavaquinho e voz), Chico Brown (teclado, guitarra, baixo e voz), Antonio Neves (trombone, adaptações e arranjos de metais), Eduardo Santanna (trompete e flugelhorn) e Lessa (flauta e sax).
“Ensaiamos muito juntos. A gente adora ensaiar. Nessa turnê tenho um time dos sonhos e músicos com experiência como produtores, que sabem ouvir uns aos outros e servir ao todo”, afirma.
“Eles são virtuosos, sensíveis, inspirados, amam o que fazem e se dedicam de alma e coração à música. Agradeço a cada um pela companhia na estrada, por trocar, somar e aprender com eles. O som deles me nutre e inspira o meu canto”, acrescenta Marisa.
Como não poderia deixar de ser, o povo tem se manifestado bastante nos shows de Portas, algo que a artista vê com naturalidade: “As eleições desse ano vão ser fundamentais, mas tenho muita esperança. Precisamos virar a página do atraso. O Brasil precisa de uma gestão e de leis conectadas com o futuro, com a sustentabilidade, com energia limpa, precisa de um projeto de inclusão através do investimento no capital humano, na educação”, afirma.
“Da minha parte farei o que me cabe votando em candidatos(as) comprometidos(as) com meus princípios. Que respeite e proteja o meio ambiente, ciência, arte, cultura, as minorias, as mulheres, os indígenas, os mais frágeis e que tenha uma visão sustentável de progresso. Precisamos muito melhorar a qualidade dos nossos representantes, o nível é muito baixo. Não vamos eleger somente presidente esse ano, importante estar atento também a todos os cargos do legislativo federal e estadual”, acrescenta.
De resto, Marisa aguarda com alegria e ansiedade o reencontro com o solo sagrado da Concha Acústica e seu público soteropolitano: “Tocar na Concha é sempre uma emoção para qualquer artista. Espaço tradicional para a cultura brasileira, palco de grandes momentos e encontros na história da música. Vamos celebrar a vida, com música, arte, poesia depois de dois anos difíceis, e cantar juntos nossos afetos em nossas memórias. Vai ser lindo! Não vejo a hora de chegar à Salvador”, conclui.
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