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MÚSICA

OSBA recebe Luedji Luna na 2ª edição do Concerto da Independência

Depois de deixar a plateia em êxtase, quando se juntou à BaianaSystem, em 2019, OSBA promete não fazer diferente

Por Júlia Lobo*

01/07/2022 - 6:00 h | Atualizada em 01/07/2022 - 7:45
Orquestra se juntará à cantora Luedji Luna para cantar a luta baiana
Orquestra se juntará à cantora Luedji Luna para cantar a luta baiana -

Mais do que um concerto: uma celebração da luta através da música. Assim a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) convida Luedji Luna para o Concerto da Independência. Nesta segunda edição, que acontece hoje (nesta sexta-feira, 1º, às 19h na Concha Acústica, o repertório reúne música clássica e as canções célebres da cantora e compositora baiana.

Depois de deixar a plateia em êxtase na edição de estreia do Concerto, em 2019, quando se juntou à BaianaSystem, a OSBA promete não fazer diferente.

Para o maestro Carlos Prazeres, a orquestra deve se manter conectada à sociedade, e a Independência da Bahia vai além do aspecto simbólico.

“O 2 de julho é a Independência do Brasil no sentido mais verdadeiro, porque realmente teve uma luta aqui e foi muito aguerrida, mas essa pauta já é ultrapassada. Nós somos um país colônia e vivemos sob resquícios da escravidão, por isso pensamos nesta data para fazer um concerto que faça as pessoas refletirem sobre as faltas atuais”, diz o maestro.

Artistas como BaianaSystem e Luedji Luna apresentam as pautas atuais não só musicalmente, mas também através das letras e performances no palco. Ainda segundo Carlos, a arte tem o poder de trazer as discussões à tona de forma sutil e ainda mais forte do que a violência utilizada na guerra.

“Ela (Luedji) ocupa muito bem esse lugar, é uma letra politizada que traz as dificuldades das mulheres negras dando espaço para a voz delas, como por exemplo, a escritora Conceição Evaristo, a compositora Nina Simone, as poetisas Cidinha da Silva e Tatiana Nascimento. É muito importante que a gente consiga essa junção e fazer com que a população baiana possa se imbuir desse sentimento de luta”, afirma Prazeres.

Mesclando influências da MPB com jazz e tendências da música africana contemporânea, Luedji vê o encontro de hoje à noite como um presente. “É muito emocionante. Lembro que vi a Orquestra Sinfônica pela primeira vez ainda criança, minha mãe quem me levou, lembro que chorei”, conta a cantora.

Amálgama perfeita

A artista acredita que o movimento da OSBA de aproximar o erudito do popular é importante para a democratização da música. A própria construção do repertório foi feita por um trabalho horizontal, composto por canções de Um Corpo no Mundo (2017) e Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água (2020), primeiro e segundo álbuns de Luedji.

Clássicos da MPB, como O Vento, de Dorival Caymmi, e composições de Oscar Lorenzo Fernández também integram a lista. Já em relação à música clássica, entram no repertório Bachianas Brasileiras nº7 de Heitor Villa-Lobos, e a Sinfonia Italiana de Mendelssohn, que a Orquestra percebeu que ornava com o estilo de Luedji.

Ao todo, serão 12 músicas da cantora e três da OSBA. Sobre o movimento da Orquestra citado por Luna, de reunir em uma apresentação musical o erudito ao popular, Prazeres afirma que “isso não é uma mistura, simplesmente é você utilizar a orquestra como um instrumento para tocar música popular”.

Para ele, o momento de mistura acontece quando começa com a Nona Sinfonia de Beethoven e desemboca na canção Lucro: Descomprimindo, como ocorreu em 2019.

“Até hoje as pessoas não entenderam o que elas viram ali, se era o show do BaianaSystem, se era um concerto da OSBA, ou se era um ‘showcerto’ dos dois. Foi uma mistura que se amalgamava e dava muito certo, onde conseguimos fazer com que as pessoas ali tivessem e resgatassem aquele sentimento de luta do 2 de julho”, relembra o maestro.

Música da Bahia

Desta vez, com Luedji, o batuque do compositor Lorenzo Fernández vai puxar os primeiros toques de Recado, música do segundo disco da cantora. Em seguida, a Sinfonia Italiana introduz O Vento, de Caymmi. Assim, a intenção é transformar o Concerto da Independência em tradição da Bahia.

“Quando as pessoas saem da apresentação elas mal notam a questão da classe musical, é muito mais do que o erudito e popular, na verdade é que você está ouvindo música boa ali. Isso é uma coisa que me deixa muito feliz nesse tipo de repertório, porque é uma forma de luta fazer a música chegar a todos, essa orquestra pertence a todos”, sustenta Carlos, que é regente titular e diretor artístico da OSBA desde 2011.

O show acontece nesta sexta-feira, véspera do feriado, devido a demanda da Concha Acústica. Os ingressos ainda estão no primeiro lote e podem ser adquiridos na bilheteria do TCA e na plataforma do Sympla. Para o público, a expectativa da cantora não poderia ser outra ao cantar na sua terra ao lado da Orquestra que conheceu ainda pequena. “Quero ela lotada e emocionada. Vai ser histórico!”, confirma Luedji.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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