CADERNO 2
Paulo Miklos lança novo álbum, quarto da carreira solo
Trabalho é o segundo do cantor desde a saída da banda de rock Titãs em 2016
Por Eugênio Afonso

O isolamento social provocado pela pandemia, de uma forma ou de outra, acabou sendo lucrativo para alguns artistas. Com o tempo mais livre em casa, já que os shows estavam suspensos, muitos aproveitaram para compor e preparar novos trabalhos que acabaram resultando em discos e shows inéditos.
Para o cantor, compositor e ator paulista Paulo Miklos (ex-Titãs), 63, foi exatamente esse momento mais presente ao lado da família que gerou inspiração para conceber e lançar o álbum inédito de baladas românticas Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém, já disponível em todos os tocadores virtuais de música.
Paulo diz que a ideia é trazer leveza ao caos. “O disco se propõe a divertir, fazer sonhar, se apaixonar e ser a trilha sonora da felicidade. Minha inspiração veio da experiência pessoal e da história de vida com minha esposa (a produtora Renata Galvão)”.
Ele informa ainda que o disco foi todo composto durante o isolamento. “Foi durante este período que nós gravamos virtualmente também, cada músico em seu estúdio pessoal. As canções foram compostas e as músicas gravadas remotamente”.
Tributo
Este é o quarto trabalho solo da carreira do artista e o segundo desde o desligamento da banda de rock, em 2016. Mas Miklos garante que, mesmo fora do grupo, está sempre acompanhando o trabalho dos ex-colegas do Titãs.
Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém é todo pontuado pelo romantismo, mas também presta homenagem ao músico Sabotage, com a canção Sabotage Está Aqui.
Um tributo ao rapper, cantor, compositor e ator paulistano assassinado em 2003, aos 29 anos, e que trabalhou com Miklos no filme O Invasor (2002), de Beto Brant.
Com versos como ‘nós vamos trocar alianças/ não vai nos faltar esperança/ eu estarei sempre ao teu lado’ (Ao Teu Lado), o disco carrega 12 faixas autorais que prezam, sobretudo, pelo amor, a amizade e a liberdade sob várias óticas.
São elas: Ao Teu Lado, Um Misto De Todas As Coisas, Todo Esse Querer, É Assim Que Eu Sei, Sabotage Está Aqui; Um Sopro, O Que Ela Quer, Mansa, Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém, Uma Conversa, Por Que Censurar o Amor? e Se o Amor Ainda Existir.
Ator premiado
Com uma imagem ainda associada mais ao estilo roqueiro por causa do Titãs – um dos mais expoentes grupos do rock nacional nos anos 1980 –, Paulo conta que sempre cantou baladas românticas.
“Comecei a cantar na noite ainda adolescente. A banda de rock veio depois”, conta.
Ele gosta de frisar também que a música baiana tem grande influência sobre o seu trabalho e acabou o formatando como indivíduo.
“Sem a sensibilidade de baianos como Gil, Caetano e Caymmi, eu teria sido outra pessoa. Eles moldaram quem eu sou”, confessa o artista.
E apesar de ser mais reconhecido como vocalista e compositor, Paulo se considera metade cantor e metade ator, afinal tem diversas participações em novelas, programas de televisão e já atuou em inúmeros filmes, tendo, inclusive, sido premiado mais de uma vez.
O cantor ainda não sabe se o álbum, com capa assinada por Stephan Doitschinoff, artista plástico paulistano com mais de 20 anos de carreira, vai ser lançado nos formatos CD e LP. Portanto, infelizmente, o acesso a esse trabalho artístico, por enquanto, será estabelecido somente pelo universo virtual.
Com a turnê do álbum programada para começar ainda este mês, o cantor e compositor tem também no currículo os discos Paulo Miklos (1994), Vou Ser Feliz e Já Volto (2001) e A Gente Mora no Agora (2017).
E parafraseando Caetano, por que será que fazem sempre tantas canções de amor? “Ainda é o grande mistério do planeta. Só para parafrasear outro baiano”, finaliza, com humor, Miklos.
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