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12/02/2024 às 6:40 - há XX semanas | Autor: Meire Oliveira

TRADIÇÃO

Editora de A Tarde conta a emoção de celebrar os 50 anos do Ilê Aiyê

Pioneiro na exaltação da negritude no Carnaval, bloco atravessa gerações com sua força

Meire Oliveira destaca a força do Ilê no desfile dos 50 anos
Meire Oliveira destaca a força do Ilê no desfile dos 50 anos -

Sair no Ilê Aiyê é, antes de qualquer coisa, afirmação. Somos lindos e com capacidade de chegar onde quisermos assim com a pele preta, cabelo crespo, olhos pretos, lábios grossos, nariz achatado. Quando se acredita em algo, convencer é mais fácil. Para chegar na passarela do “Campo Grande – onde a via é larga e é possível dançar com mais liberdade e espaço – os integrantes da realeza negra ainda enfrentam a subida da ladeira, o calor e o aperto da multidão, mas contando com a proteção da nossa religiosidade de matriz africana, ao lado de quem também quer chegar lá e com o som dos tambores e clarins marcando o ritmo do coração e dos nossos passos no chão, a desenvoltura desse bailado é mais potente e segura.

O bloco afro – que ensina isso há 50 anos– ratificou o comprometimento com o propósito de continuar sendo nossa casa no mundo, fazer dele um espaço mais justo e, assim, um ambiente melhor para a humanidade. Para isso, tem sido necessária uma postura insistente e resistente como afirma o tema do primeiro bloco afro do Brasil: “Vovô e Popó, com as bênçãos de Mãe Hilda Jitolu. A invenção do bloco afro. Ah se não fosse o Ilê”.

A vanguarda traz a maturidade de saber como falar e a forma mais assertiva de agir para o que cada contexto social exige. Dessa vez, destacando a responsabilidade que assumiu, em novembro 1974, e celebrando a união e coragem de abrir o caminho na criação de uma rede que só cresce. Diversa em perspectivas de atuação, no entanto, mas unânime no entendimento sobre o foco único de luta por direitos.

Confirmação

E esse pacto explícito foi firmado mais uma vez. O espaço mais concorrido do sábado de Carnaval de Salvador estava ainda mais disputado. Tem gente que só aparece ali uma vez a cada ano, tem também quem estava estreando na cerimônia, há quem não abre mão de ter sempre o mesmo ângulo de observação e ocupa o mesmo pedaço de chão sempre, outros estavam ali por exigência do ofício.

Os perfis são variados, mas todos validam aquele ato a partir do reconhecimento da necessidade da ação coletiva. Dos que viram “palha com barro virar concreto”, na letra Filhos do Barro Preto (Rita Mota) até quem estava processando a imensidão de tudo que foi criado ao longo da trajetória de meio século. É como se fosse um dia em que um grande grupo de amigos marca hora e dia para se encontrar.

Mas não era só a multidão que tinha crescido para testemunhar mais essa renovação de votos. Aumentou também a vontade de festejar o direito de lutar, o ato de celebrar pelo viés estético que é uma das marcas do legado da entidade nascido no Curuzu e com impactos pelo mundo. Era o mesmo cenário, eram as mesmas cores com destaque para o uso da tonalidade do Jubileu de Ouro que estava mais forte em tudo: nos acessórios, na roupa e no brilho do olhar. A energia do ambiente também era áurea

O rito religioso sob o comando de mãe Hildelice Benta dos Santos– ialorixá do Ilê Axé Jitolu– também obedeceu a tradição no modo de fazer. O caminho para mais um desfile foi aberto com pipoca, chamada de “a flor do Velho” – relacionada às divindades com Kavungo, Sakpata e Azoany, Omolu e Obaluaê, das nações angola, jeje e ketu, respectivamente –, o milho branco de Oxalá e a soltura de pombos.

Mas a emoção era diferente. Além da felicidade de mais uma vez fazer parte do momento de anúncio de que estamos prontos para continuar exigindo e criando estratégias para o que queremos alcançar, o marco do meio século de história também deixou mais forte o sentimento de orgulho do que foi feito até aqui, a lembrança dos que criaram e pavimentaram essas rotas antes da gente– e continuam nos orientando no patamar da ancestralidade– e a presença e força da nossa fé nos orixás, inquices e voduns que nos guiam e protegem. O Mais Belo dos Belos será sempre esse farol, mas “jamais se curvem. Este é o regulamento. O Ilê lhe ensinou isso, você tem discernimento” (Filhos do Barro Preto).

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50 anos bloco afro comunidade negra história identidade Ilê Aiyê Luta religião de matriz africana

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