ALERTA
Especialistas dão dicas para o folião se cuidar na maratona do Carnaval
Apesar do clima de descontração, é necessário tomar alguns cuidados durante a festa
Por Ana Cristina Pereira

Sabe aquele tênis que te acompanhou o ano todo nas caminhadas ou na academia? Pois é ele a melhor opção para se jogar na pipoca e no bloco, subir e descer as ladeiras do Pelourinho ou fazer os longos deslocamentos para chegar e sair dos circuitos carnavalescos. Porque, tão importante quando montar a agenda com as atrações e programas que não quer perder, é pensar no conforto, bem-estar e uma certa dose de prevenção para atravessar a maratona bem ou não precisar interrompê-la.
Ainda que o Carnaval seja movido pela descontração, não dá para curtir a festa de qualquer jeito, como alerta o ortopedista Marcos Lopes, do Hospital da Bahia . “O mais importante de tudo é como você vai para a rua”, garante o médico, que põe o foco nos pés e aconselha nunca usar salto alto, rasteirinha ou sandálias abertas. Muito menos ficar descalço, o que já leva a outro conselho, o de não estrear o sapato novo durante os dias de folia. O melhor mesmo, indica, é o tênis já usado e sempre acompanhado da meia. “Ele vai garantir estabilidade e conforto, evitando dor, inchaço e lesões pós-carnavalescas” afirma doutor Marcos, que é especialista em medicina esportiva.
Segundo ele, é muito comum pessoas que se machucam no Carnaval só procurarem ajuda depois da Quarta-feira de Cinzas, o que é um erro, pois as lesões acabam se agravando. Subindo rumo a outras partes do corpo, ele reforça a importância de usar roupas leves e confortáveis, que facilitem a transpiração. Para quem vai sair de dia, os cuidados são redobrados e incluem filtro solar, óculos escuros e até camisas com proteção UV para se proteger do calor e das altas temperaturas que tomam conta da cidade.
Comes e bebes
Para os médicos e especialistas da área de saúde, pouco importa se você prefere a cerveja A, B ou C. Para eles, o fundamental mesmo é controlar a quantidade e se hidratar entre um gole e outro. E se hidratar significa beber água, água de coco e sucos. “O álcool favorece o processo de desidratação do organismo, então é preciso beber muita água”, pontua a nutricionista Bruna Moscatini, da AMO . Ela diz que, com moderação, as bebidas isotônicos podem ser ingeridas, para ajudar a repor os eletrólitos perdidos na transpiração
Quando o assunto é comer na rua, todo cuidado é pouco. Alimentos mal preparados e acondicionados e expostos durante muitas horas na rua podem ser contaminados por bactérias e provocar as desconfortáveis infecções intestinais - que costumam vir acompanhadas com o combo enjoo, vômito e diarreia. Por isso, quem não pode ou não quer parar para comer em locais onde a fiscalização acontece, como os restaurantes e bares, deve se alimentar mesmo é em casa.
É o que Bruna faz e aconselha. “Acho importante que a gente se alimente bem em casa, para evitar ter que recorrer a alimentos vendidos na rua, sem as condições ideais de higiene e temperatura”, reforça, lembrando que a contaminação pode vir também pela falta de água nos pontos de venda, o que dificulta a limpeza os utensílios e das mãos. Mesmo frutas não são aconselhadas, pois é muito difícil que na rua elas recebam a higienização recomendada com o uso de hipoclorito.
No prato, o folião deve priorizar os carboidratos para garantir o estoque de energia extra para gastar na avenida. O leque é grande e inclui massas, grãos, frutas , raízes e afins. E combiná-los com fontes de proteínas e gorduras boas, como as presentes nos óleos vegetais. E para amenizar a fome antes de achar um ponto seguro para comer, Bruna sugere levar no kit básico um mix de castanhas, uma barrinha de proteína ou um pouco de frutas secas.
Beijar na boca
A infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen acrescenta no kit rua um item que foi fundamental na pandemia e anda um pouco esquecido: o álcool gel a 70%, para higienizar as mãos sempre que preciso. Sobretudo antes e depois de usar os famigerados banheiros químicos. Dra. Sylvia aconselha levar seu próprio papel higiênico, não tocar diretamente nas portas e paredes dos banheiros e não sentar no assento.
Outra dica da médica é evitar tomar bebidas diretamente nas garrafas ou latinhas, que podem estar contaminadas e transmitir, por exemplo, a leptospirose. Para quem vai com crianças ela sugere levar um sanduíche ou comprar alimentos lacrados, como as pipocas industrializadas.
Já para os grandinhos, a infectologista, que trabalha no grupo Leme, aconselha segurar um pouco a libido e evitar muitos beijos na boca para não sofrer após o Carnaval com a mononucleose, a doença do beijo. Segundo a médica, o vírus que causa a doença invade as células do nariz e da garganta e pode provocar um quadro de febre, tosse, dor na garganta e dificuldade de engolir. E claro, não esquecer da camisinha, pois, como alerta o slogan, quem vê cara não vê Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). No mais é aproveitar a festa.
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