2024
Lideranças dos blocos afros e afoxés avaliam Carnaval Ouro Negro
Em Salvador, blocos participaram do lançamento da edição deste ano da folia
Por Matheus Calmon
O presidente do Bloco Afro Muzenza, Jorge Santos, avalia que o Carnaval Ouro Negro é um programa de 'reconcepção' de políticas públicas de reparação. A declaração foi dada em entrevista para o Portal A TARDE nesta terça-feira, 16, durante o lançamento da folia, no Largo Quincas Berro D'água, no Pelourinho.
"Hoje o governador está nos contemplando com reconhecimento porque nos dá o pertencimento e está nos reconhecendo e está dando ênfase a esse programa, aumentando e também fazendo com que esse programa venha gerar mais benefícios e manter a cultura afro-baiana e, em particular, a cultura afro-brasileira".
Ele explica, na prática, como o projeto auxilia os blocos. "Eu posso não sair dois dias, três, com o recurso do programa Ouro Negro, mas pelo menos eu garanto que saio um. Isso faz com que o bloco, com a maior dificuldade que ele tenha naquele momento, ou que esteja passando, com o programa Ouro Negro ele consegue se manter, participar do carnaval sem deixar a falha ou o buraco de um ano pro outro".
Um dos fundadores do Bloco Afoxé Filhos do Congo, Nadinho do Congo presenteou um pano estampado ao governador, ao vice e ao secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, assim que chegaram ao Quincas.
Ao Portal A TARDE, ele revela que conversou com Jerônimo Rodrigues sobre a vinda de uma fábrica de tecidos para a Bahia, já que precisou encomendar o presente de Recife. Segundo ele, o governador prometeu conversar sobre o assunto.
"Não é feito aqui em Salvador, é feito em Recife. Conversei para eles entenderem que esse dinheiro tem que circular aqui no nosso estado, no nosso município, e propus a ele ver se traz para aqui uma fábrica de lá de fora para fazer aqui em Salvador".
Nadinho lembra que participou das primeiras reuniões para definir o Ouro Negro. Ele lembra ainda que Jerônimo está cumprindo uma promessa feita a ele ainda durante sua campanha.
"Porque nós somos a maior resistência de bloco afro e afoxé na Bahia. Essa é a primeira africanização. Mas os outros governadores que passaram, ainda sendo governadores do nosso propósito, que nós ajudamos, não teve a condição de fazer como o governador Jerônimo está fazendo. Eu disse a ele na campanha que eu já estava cansado de acompanhar e apoiar governador, que depois não nos dava nenhuma resposta. E ele disse a mim na campanha, 'Nadinho, após toda essa caminhada, nós vamos fazer um trabalho juntos para engrandecer os blocos afros e afoxés. E agora ele está provando e é por isso que eu estou aqui o acompanhando e dando a nossa participação, a nossa contribuição".
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