CARNAVAL
Olodum aposta de novo na força do antigo Egito
Por Meire Oliveira

Na sexta-feira de Carnaval, o Olodum vai clarear a noite do Pelourinho no desfile de estreia da folia de 2017. O Egito volta a ser tema do bloco na homenagem ao faraó Akhenaton, que lembra outro faraó – mais conhecido pelos foliões – da música Faraó Divindade do Egito, que completa 30 décadas.
País já foi tema de desfile por cinco anos, versando sobre história e
política
O criador do monoteísmo, a esposa Nefertiti, o sol e o Deus Aton estarão contemplados no tema O Sol – Akhenaton: Os Caminhos da Luz. Com predominância das cores dourado e branco, no primeiro dia, e do colorido no segundo, a identidade visual do Olodum é assinada por Miguel Carvalho. O artista plástico também é responsável pelo abadá usado pelos mil associados, que terá estampada a imagem de Akhenaton em aquarela, na sexta, e hieróglifos coloridos no domingo.
"As personagens do tema estarão representados na frente do bloco e outras dez pessoas, os guardiões do reino. Tudo com muito dourado e com as cores do Olodum", contou o artista gaúcho, que completa dez carnavais no bloco.
"Tenho um orgulho grande. Conheci primeiro o Olodum pela música. Mas, por conta desse trabalho, tive que me aprofundar para conhecer a instituição e a questão cultural envolvida. Gosto de dar o toque pop que o Olodum também é, mas me preocupo com a tradição", contou Miguel.
Ritmo e cor
Os 120 percussionistas foram divididos em grupos de 40, que irão usar o figurino em ouro, bronze e amarelo envelhecido, intercalados com um tom de azul. Além de um colar dourado de hieróglifos, os homens usarão coroas e as mulheres, o chapéu de Nefertiti.
Programação
O país que é berço da civilização africana já foi tema de desfile por cinco anos. "Já abordamos diferentes assuntos, como educação, história, política. E, a cada ano, cumprimos o papel de reeducar as pessoas sobre o continente africano e a contribuição para a civilização e impacto permanente no mundo", disse o presidente do Olodum, João Jorge.
A concepção que norteia a mensagem que a entidade quer mostrar também traz os termos 'Sol' e 'Caminhos de luz'. "A Bahia é a terra do sol e mar. O astro-rei é fonte que nos fornece energia para viver. E os caminhos da luz é a expectativa de vislumbrar uma saída para o momento que estamos vivendo e por onde vamos caminhar", explicou João Jorge.
'Eu falei faraó'
Outra meta que o Olodum tem para este ano é destacar um dos maiores hits do bloco. Desde o lançamento, em 1987 – quando homenageou a cultura egípcia pela primeira vez –, a canção firmou-se como sucesso, conquistando os admiradores do samba-reggae espalhados mundo afora.
A expectativa do autor da letra, o policial militar reformado Luciano Gomes, 50 anos, é de que a canção alcance o mesmo sucesso atingido na folia de 1987. "Espero muita execução, e todo mundo gritando Faraó", disse ele.
Pierre Onássis e Margareth Menezes serão homenageados durante o desfile deste ano
O também autor de Swingue da Cor – gravada por Daniela Mercury – tem 170 canções e fez Faraó quando tinha apenas 20 anos de idade, inspirado ao ver o artista Lazzo Matumbi como integrante da ala de canto do Ilê Aiyê.
Assim como Rosa, Avisa-lá e Alegria Geral, Faraó está no repertório de qualquer show. "É a principal música da Bahia. Única tocada em 37 países", contou João Jorge.
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