CARNAVAL
Papo Axé: Cid Guerreiro fez mesa de som sair voando

Por Alexandre Santos

Autor de hits que fizeram história no Carnaval, como as dançantes 'Tindolelê' e 'Ilariê, Cid Guerreiro foi um dos primeiros cantores a levar o axé gospel para o trio. Evangélico há cerca de dez anos, o artista, que já puxou blocos os Tiete Vips, Internacionais e trios independentes, viu no gênero baiano a oportunidade de arrebatar fiéis Brasil afora para conhecer a palavra de Deus. Aos 55 anos, hoje ele se diz no "auge" da carreira. Não à toa tem agenda confirmada na folia carioca: tocará na segunda e terça de Momo. Bem-humorado, o músico conta ao Papo Axé algumas histórias que aprontou antes de encontrar Jesus.
Antes de se tornar evangélico, você já aprontou muito no trio elétrico?
Lembro de uma vez, na Barra, quando passou um trio ao lado do que eu estava e resolvi dar uma canja. O que eu fiz ? Pulei de um trio para o outro. Estava com meu microfone, mas minha banda continuou lá. Cantei alguns minutos, dei a canja, mas percebi que o motorista não tinha visto eu passar para o outro veículo. Como ele continuou levando o trio, tive que descer e correr no meio da galera até alcançá-lo.
Soube que você já perdeu até o microfone. Como foi isso?
Eu tinha a mania de jogar o microfone pra cima, pelo cabo, e ficar rodando. Uma vez joguei tão alto que o cabo ficou preso na fiação da rua. O trio seguiu andando, ninguém conseguia tirar. Quando vi, a mesa de som já estava sendo suspensa. Só deu tempo de correr pra desplugar o fio do microfone da entrada pra não perder a mesa também.
Há quanto tempo está cantando para o Senhor?
Já faz uns dez anos. Mas com a mesma energia e 'madeirada' dos velhos tempos de axé em Salvador (risos).
O que representa a axé music para você?
Pra mim, que era roqueiro, foi a oportunidade de subir no trio
elétrico e mostrar minha música. Pude fazer de rock em cima de frevos, de pesquisare misturar ritmos caribenhos. Uma das coisas que marcaram nessa época foi poderr mesclar riffs de rock com os ritmos da Bahia.
Em sua opinião, qual é o hino do axé?
Ilariê, de minha autoria. Não tem outra música mais executada no mundo do que ela. Todas bandas tocam. É a mais tocada no Brasil e também em 98 línguas, entre dialetos e idiomas, no mundo inteiro. Do Olodum a Ivete Sangalo, todos tocam Ilariê.
E o momento mais marcante que viveu no Carnaval?
O momento mais emocionante da minha vida foi quando cheguei no Farol da Barra e senti que minha missão era estar adorando ao meu Deus. Independentemente de as pessoas terem entendido, cimecei a tocar de 'Prego na Mão', uma das minhas primeiras músicas de axé gospel.
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