Aluguel de trios elétricos chega a R$ 150 mil | A TARDE
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Aluguel de trios elétricos chega a R$ 150 mil

Publicado quarta-feira, 16 de janeiro de 2008 às 13:38 h | Atualizado em 16/01/2008, 13:52 | Autor: Danile Rebouças, do A TARDE

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Os investimentos em aluguel de trios variam de R$ 50 mil a R$ 120 mil pelos seis dias, a depender da complexidade da estrutura.
Afinal, com a expansão da tecnologia para outros Estados, a fabricação foi reduzida na Bahia. Os donos de trio asseguram que o lucro médio é de 10% do valor do aluguel.

Quem é da área garante que, hoje, não vale mais a pena ter equipamento próprio, a não ser para grandes artistas que usam o trio durante o ano todo e gostam de inovar. O negócio já não é considerado tão rentável como no passado, por conta dos elevados custos para pintura, manutenção, segurança e transporte. “Já tive ano de fazer cinco a oito trios no Carnaval, hoje só faço um”, revela Raimundo Campos, 65 anos. Raimundo pertence à família Tapajós, que construiu seu primeiro trio em 1959. Ele afirma ter produzido mais de 200 equipamentos ao longo da vida.

A construção de um trio custa de R$ 800 mil a R$ 1 milhão, sem a parte da frente do carro, que puxa a estrutura. Mundinho, como é conhecido, revela que os gastos com manutenção consomem 90% do orçamento e tornam o negócio desinteressante para bandas que não têm nome no mercado. “São inúmeros detalhes mecânicos e operacionais que precisam ser revistos a cada saída”, pontua.

O trio é montado sobre uma prancha de carreta com três eixos, tem estrutura média de 18m de comprimento, 4,8m de altura, 3,2m de largura e peso de 40 a 50 toneladas. Comporta uma série de equipamentos – camarim, dois ou três banheiros, dois grupos de geradores com capacidade para iluminar uma cidade de mil habitantes cada, caixas de som, amplificadores, alto-falantes, cornetas, entre outros itens.

“Técnica e mecanicamente, tem que estar tudo muito perfeito, com toda segurança possível”, ressalta Waldemar Sandes, presidente da Associação Baiana de Trios Independentes (ABTI). A associação este ano fechou convênio com a prefeitura para fornecer 18 trios e 11 minitrios no Carnaval. Waldemar, dono de um equipamento, contratou os demais e faz as reformas no seu sítio, na Estrada CIA-Aeroporto. “Isso já foi um negócio razoável, mas hoje, sem choradeira, é para comer mesmo”, diz.
Wilson Marques, 62 anos, engenheiro de som, responsável pelo trio do Chiclete com Banana, que é próprio da banda, ratifica que, em termos financeiros, não é vantagem ter trio próprio. “A pintura é cara, precisa de manutenção constante e equipe de funcionários; tem que manter galpão, segurança, transporte”, enumera.

No entanto, segundo ele, significa poder inovar como quiser. “O prazer é muito maior porque responde ao que a gente quer, à nossa idéia. O diferencial do Rex é o todo, sempre apresentamos coisas diferentes”, afirma, ressaltando pequenos detalhes que fazem a diferença no som e apresentação do trio, batizado como Tiranossauro Rex. Segundo Wilson, anualmente o Chiclete com Banana gasta R$ 300 mil com a manutenção, sem as modificações maiores. A reforma principal é feita para o Carnaval, depois os ajustes. A equipe de manutenção, de cinco, aumenta para 20 pessoas.


Vale destacar que nem todas as bandas maiores têm trio próprio. Asa de Águia, por exemplo, sempre apresenta novidades no “Dragão da Folia”, como elevador e passarela. No entanto, paga aluguel na faixa de R$ 100 mil a R$ 120 mil e faz a “operação pente fino”, para manutenção detalhada. Os equipamentos utilizados são da banda.
“Pegamos o trio e colocamos a cara do Asa”, destaca o engenheiro civil Cimas Carneiro, responsável pelo equipamento.

Durval Lelys, vocalista do grupo, já fala em construir um trio próprio, o Fênix. O Fobicão, usado pela família de Dodô e Osmar – inventores do trio elétrico –, também é alugado. “Pegamos ele cru, personalizamos

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